terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cirurgia de amígdalas e adenóides: quando indicá-las?






Se as crianças roncam demais os pais pensam em cirurgia.

Se tiverem infecções de garganta de repetição, pensam em cirurgia.

Se respirarem mal, pensam em cirurgia.

Se tiverem infecções de ouvido de repetição, pensam em cirurgia.

Afinal, quando está indicado operar as amígdalas e as adenóides?

Quando se opera uma deve-se operar a outra?

Há riscos? Cirurgia realmente resolve o problema?

Hoje em dia operam-se menos as amígdalas e adenóides do que há 20 ou 30 anos. A proporção de crianças submetidas a essa forma de tratamento é variável, ficando em torno de 20 a 30%.

Para que servem as amígdalas e as adenóides?

Servem para proteger o organismo contra infecções, e quando retiradas poderão trazer diminuição da taxa de anticorpos (células protetoras) em nível local e sanguíneo, podendo trazer problemas para crianças que já os possuíam diminuídos.

Até as idades de quatro a seis anos existe um aumento natural do tamanho das amígdalas e adenóides, com posterior diminuição.

O aumento das adenóides visualizadas em radiografias não constitui, por si só, indicação de obstrução de vias aéreas superiores. É necessário associar os sintomas que a criança está apresentando com o possível aumento das adenóides e/ou amígdalas para se pensar em realizar a cirurgia.

Há possibilidade de piora dos fenômenos alérgicos depois da retirada das amígdalas e da adenóide.

As indicações para retirada de amígdalas devem ser feitas em separado das indicações da retirada das adenóides. Esses dois tecidos não precisam ser necessariamente retirados ao mesmo tempo, como pensam muitos pais.

Hoje são firmadas na literatura as seguintes indicações para cirurgia de adenóides e/ou de amígdalas:

1) Hipertrofia de amígdalas e/ou de adenóides, levando a obstrução importante das vias aéreas, acompanhada de baixa ventilação dos pulmões;

2) Interferência na deglutição dos alimentos, podendo levar a desnutrição por baixa ingestão dos nutrientes;

3) Obstrução nasal grave, resultando em desconforto respiratório;

4) Abscesso ao redor das amígdalas (sendo essa a única indicação na fase aguda da doença).

As outras indicações cirúrgicas são controversas, principalmente as relacionadas com os processos infecciosos de repetição, ou para supostamente auxiliar na resolução das infecções de ouvido frequentes.

O risco cirúrgico, maior quando se faz cirurgia de amígdalas do que quando se faz cirurgia de adenóides, não é desprezível.

Há necessidade de anestesia geral e, principalmente, pela possibilidade de sangramento importante (que pode ocorrer até o décimo oitavo dia de pós-operatório.)

O ideal seria que diante de uma criança em que se esteja pensando, por várias razões, realizar as cirurgias de amígdalas e/ou de adenóides, o pediatra e o otorrinolaringologista atuassem em conjunto, avaliando cada situação.

Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do Feto à Adolescência (http://www.procrescer.med.br/)