terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Vacinas em adolescentes




Recomendações da Associação Brasileira de Imunizações (Sbim) – 2009


1) TRÍPLICE VIRAL (SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA)


a) Dose única para adolescentes previamente vacinados.

b) Duas doses (com intervalo mínimo de 4 meses entre elas) para aqueles que receberam anteriormente uma dose.

c) Contra-indicada para imunodeprimidos e gestantes

2) HEPATITES A, B e A e B

a) Hepatite A

Duas doses: a segunda seis meses após a primeira.

• Adolescentes não vacinados na infância contra as hepatites A e B devem ser vacinados o mais precocemente possível contra essas infecções.

• Em adolescentes com menos de 16 anos indica-se também o esquema de duas doses com intervalo de seis meses com a apresentação adulto da vacina combinada contra hepatite A e B.


b) Hepatite B

Três doses: a segunda um mês depois da primeira e a terceira seis meses após a primeira

c) Hepatites A e B na mesma vacina

Três doses: a segunda um mês depois da primeira e a terceira seis meses após a primeira.


3) HPV

Para meninas a partir de 9 anos de idade na prevenção da infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) : até 26 anos em três doses, no esquema 0-2-6 meses com a vacina do laboratório MSD;

ou até 25 anos em três doses, no esquema 0-1-6 meses com a vacina do laboratório GSK.

OBS: A princípio, somente as adolescentes do sexo feminino com mais de 9 anos e mulheres

até 26 anos deverão ser vacinadas.

Sempre que possível, a vacina anti-HPV deve ser aplicada preferencialmente na adolescência, antes de iniciada a vida sexual, entre 11 e 12 anos de idade.


4) VACINAS CONTRA DIFTERIA, TÉTANO E COQUELUCHE

a) Com esquema de vacinação básico contra o tétano completo: reforço aos 14 anos com dTpa (Tríplice Acelular) .

A disponibilidade da vacina tríplice contra tétano, difteria e pertussis acelular (dTpa), formulada para uso em adolescentes e adultos, oferece novas oportunidades para reduzir o impacto da coqueluche.

O uso dessa vacina confere proteção contra as três doenças e potencialmente deve reduzir a transmissão da coqueluche para outros grupos com alto risco de complicações, mas o real impacto da adoção dessa medida ainda é desconhecido.

b) Dupla: Difteria e Tétano (dT)

b.1) Com esquema de vacinação básico contra o tétano incompleto: uma dose de dTpa (Tríplice acelular)  a qualquer momento e completar a vacinação básica com uma ou duas doses da vacina dupla do tipo adulto (dT) de forma a totalizar três doses de vacina contendo o componente tetânico.

Em ambos os casos, na impossibilidade do uso da vacina dTpa, substituir a mesma pela vacina dT.


5) VARICELA (CATAPORA)

A partir dos 13 anos de idade: duas doses, com intervalo de dois meses.

Contra-indicada para imunodeprimidos e gestantes.

6) INFLUENZA (GRIPE)

Influenza (gripe) Dose única anual.

7) ANTIMENINGOCÓCICA C CONJUGADA

Dose única. Sem evidências até o momento da necessidade de reforços.

8) FEBRE AMARELA

Uma dose de dez em dez anos, para moradores de áreas endêmicas.

• Indicada para habitantes de áreas endêmicas de febre amarela e para as pessoas que vão viajar ou mudar-se para essas regiões, assim como para atender exigências sanitárias de determinadas viagens internacionais.

• Vacina contra-indicada para imunodeprimidos e gestantes, exceto quando os riscos de adquirir a doença superam os riscos potenciais da vacinação.

• Vacinar pelo menos dez dias antes da viagem.

Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do Feto à Adolescência (http://www.procrescer.med.br/)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Anticoncepção na adolescência






Anticoncepção na adolescência é um tema de suma importância.

No mundo todo, as adolescentes seguem gestando sem planejar. O termo não planejado é mais adequado do que não desejado, pois muitas adolescentes desejam uma gravidez ou passam a deseja-la.

No entanto, não planejam, colocando em risco, muitas vezes, seu projeto de vida no mundo, interrompendo estudos, tumultuando a relação intrafamiliar, abandonando lares e expondo recém nascidos a uma série de agravos à saúde, comprometendo sua qualidade de vida.

Uma característica do humano é sua capacidade de planejar, antever o futuro e direcionar suas ações para conseguir seus desejos. Diante de um grande número de adolescentes sexualmente ativos, de início cada vez mais precoce das relações sexuais, das conseqüências de uma gravidez não planejada e da freqüente troca de parceiros sexuais, é de grande importância que todos sejam envolvidos no tema.

Adolescentes, familiares, parceiros sexuais, médicos de adolescentes, outros profissionais da saúde, as escolas. A comunidade como um todo.

Fingir que os adolescentes não têm vida sexual ativa não condiz com a realidade das estatísticas mundiais.

O Ministério da Saúde informou que em 1999, 25,7% dos partos do SUS foram em adolescentes. O tempo entre a primeira relação sexual e a procura de um serviço de saúde costuma ser de vários meses. A demora de um serviço de orientação resulta em que muitas adolescentes já chegam grávidas ao serviço de saúde.

Nos EUA, a média de tempo da procura ao atendimento costuma ser de doze meses!

Sabe-se também que nos EUA (onde as estatísticas são confiáveis) 50% das gestações em adolescentes ocorrem nos primeiros 6 meses do início da atividade sexual.

Estima-se que 25 a 50% dos adolescentes não usam qualquer tipo de método contraceptivo na primeira relação sexual. Além disso, estudos mostram que até 50% das adolescentes descontinuam o método nos 3 primeiros meses do seu uso.

Nesse sentido, entende-se que apenas o estímulo do uso do contraceptivo nas relações sexuais não tem diminuído as taxas da gestação não planejada, mesmo em países desenvolvidos.

Políticas de saúde para diminuir esses índices incluem:

1) educação sexual nas escolas;

2) orientações aos pais;

3) treinamento adequado aos instrutores e professores;

4) serviços que atendam os adolescentes próximos às escolas;

5) facilidade de agendamento de consultas;

6) distribuição gratuita dos métodos anticoncepcionais rotineiros e os de emergência e

7) envolvimento do parceiro na questão.

O melhor método é aquele que tiver o melhor custo e adesão, menor quantidade de efeitos adversos, poder ser reversível e com maior eficácia. A escolha do método deve ser de preferência em conjunto: profissional de saúde e o casal.

O estímulo da participação e da presença do parceiro auxilia na divisão de responsabilidades, no aumento da maturidade e na melhoria da quantidade de informações referentes à saúde reprodutiva.

As recomendações devem ser freqüentes na adolescência para manter uma melhor adesão ao método escolhido e estimular o sexo seguro: escolha de um parceiro adequado e o uso de condom (camisinha), independente do uso de outro método anticoncepcional.

Nos dias de hoje é raro um adolescente não saber da existência da AIDS, das DSTS (doenças sexualmente transmissíveis), da camisinha, do contraceptivo oral (pílula), etc. No entanto, no mundo todo, um número grande de adolescentes segue tendo problemas com a saúde reprodutiva.

A questão da abstinência sexual também deve ser discutida com o adolescente. A virgindade pode ser uma escolha do jovem, e o profissional de saúde pode ajudar nessa opção. Muitos jovens iniciam sua vida sexual somente para acompanhar o grupo de iguais.

MÉTODOS ANTICONEPTIVOS ACESSÍVEIS

1) ANTICONCEPÇÃO HORMONAL






O anticoncepcional hormonal oral combinado (ACO) refere-se à associação de estrógeno sintético e um progestágeno. Esse método foi comercializado em 1960, e desde então várias mudanças têm ocorrido na sua fórmula, aumentando sua eficácia e diminuindo seus efeitos colaterais.

O anticoncepcional oral combinado é o método mais utilizado em adolescentes, pela sua alta eficácia (99,7%), comodidade no uso, não interferência no ato sexual, grande segurança, além de seus benefícios serem maiores do que os riscos.

São vários os medos relatados por familiares e adolescentes para utilizarem esse método. Entre os motivos, destacam-se: preocupação com a auto-imagem (medo de engordar, de adquirir celulite, etc), sangramento anormal, medo de infertilidade, desencorajamento por parte do parceiro ou de familiares, entre outros.

É importante que se divulgue a alta eficácia, o baixo índice de aumento de peso e acne, o retorno imediato à fertilidade com a interrupção do uso do ACO, a possibilidade de ocorrerem sangramentos intermenstruais (escape) nas primeiras 3 cartelas, além de vários outros benefícios não contraceptivos, tais como melhora dos distúrbios menstruais, melhora da acne, melhora da tensão pré-menstrual, diminuição do fluxo menstrual, diminuição do risco de câncer de ovário e do endométrio (útero).

Existem também os anticoncepcionais hormonais combinados injetável e o utilizado nas emergências pós-relação sexual desprotegida, tais como ruptura do condom (camisinha), estupro e esquecimento de mais de dois comprimidos contraceptivos orais.

O uso do anticoncepcional de emergência deve ser iniciado antes de 72 horas da relação sexual, mas a eficácia é maior se usado antes das primeiras 24 horas.


II) DIAFRAGMA





É um pequeno dispositivo circular de borracha, com borda firme, flexível. Ao ser colocado na vagina, forma uma barreira física sobre o colo uterino. Sua duração é de 2 anos.

Necessita de maturidade da adolescente, de automotivação, de exame médico prévio e de conhecimento de seus genitais. Possui boa aceitação em universitárias. Boa eficácia, especialmente quando acompanhada de espermicida (81-98%). Deve ser colocado antes da relação sexual e retirado após 6 horas.



III) CONDOM MASCULINO E FEMININO


Masculino
Feminino


É bom método contraceptivo e auxilia na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST), inclusive a AIDS. Com o uso de espermicida (substância química que mata os espermatozóides) sua eficácia é muito boa (90-98%). Devem ser usados durante toda a relação sexual e são descartáveis.

Atualmente existe também o condom feminino. Apresentam uma forma de saco, com anel externo, protegendo não só o colo e a vagina das DSTS, mas toda a vulva.



IV) DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU)






Método eficaz (95-98%). Não requer automotivação e não interfere com o ato sexual. Método ideal para pacientes com um parceiro sexual, que já tiveram filhos e que não estão dispostas ou não podem usar outro método. Atualmente, os DIUs mais novos podem ser removidos a cada 5 anos.



V) COITO INTERROMPIDO E TABELINHA










O coito interrompido apresenta pouca eficácia contraceptiva, pois o homem libera espermatozóides antes da ejaculação. Exige autocontrole e interfere com o ato sexual.

A tabelinha não é um método indicado para adolescentes que não têm ciclos menstruais regulares, o que é muito freqüente nessa faixa etária. Ela consiste em evitar relações sexuais próximas do período fértil. Este antecede a menstruação em aproximadamente 14 dias. Portanto, esse cálculo não pode ser feito em pacientes que não sabem de suas próximas menstruações.



VI) DUCHA VAGINAL




É um método muito falho, pois os espermatozóides, em poucos segundos, alcançam porções altas do trato genital.


Fonte de Consulta: Jornal de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria – Suplemento sobre Adolescência

Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do Feto à Adolescência (http://www.procrescer.med.br/)





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Vacinas em prematuros



Recomendações da Associação Brasileira de Imunizações (SBIm - http://www.sbim.org.br/ ) – 2009

VACINAS RECOMENDAÇÕES E CUIDADOS ESPECIAIS

BCG ID (1) Deverá ser aplicada ao nascer em recém-nascidos com peso maior ou igual a 2.000 g.

Hepatite B (2)

Aplicar ao nascer no esquema habitual de três doses (0, 1 e 6 meses).

Naqueles com menos de 33 semanas de gestação e/ou menos de 2000g ao nascimento, aplicar esquema de quatro doses: 0, 1, 2 e 7 meses de vida.

PALIVIZUMAB (3) Durante período de circulação do Vírus Sincicial Respiratório.

Antipneumocócica conjugada (4) Iniciar o mais precocemente possível (aos 2 meses). Respeitando a idade

cronológica (idade de nascimento) : três doses aos 2, 4 e 6 meses e um reforço aos 15 meses.

Influenza (gripe) (5) Respeitando a idade cronológica: duas doses aos 6 e 7 meses.

Poliomielite (6) Utilizar somente vacina inativada IPV em recém nascidos internados na unidade neonatal.

Rotavírus (7) Não utilizar a vacina em ambiente hospitalar.

Tríplice bacteriana (8) Preferencialmente utilizar vacinas acelulares.

As demais vacinas do calendário de vacinação da criança devem ser aplicadas de acordo com a idade cronológica.

PREMATURO

Calendário de Vacinação do Prematuro

Recomendações da Associação Brasileira de Imunizações (Sbim) – 2009

OBSERVAÇÕES

RECÉM-NASCIDO HOSPITALIZADO: Deverá ser vacinado com as vacinas habituais, desde que clinicamente estável.

Evitar o uso de vacinas de vírus vivos: pólio oral e rotavírus.

No caso da vacina contra o rotavírus não administrar antes de 6 semanas de vida.

PROFISIONAIS DE SAÚDE E CUIDADORES

Todos os funcionários da Unidade Neonatal, pais e cuidadores devem ser vacinados contra o influenza e receber uma dose da vacina tríplice acelular do tipo adulto, a fim de evitar a transmissão da Bordetella pertussis (bactéria causadora da coqueluche) ao RN.

VACINAÇÃO EM GESTANTES E PUÉRPERAS

 A imunização da gestante contra o influenza é uma excelente estratégia na prevenção da doença em RNs nos primeiros 6 meses de vida, época que ele ainda não pode receber a vacina.

A prevenção do tétano neonatal não deve ser esquecida, e o momento do puerpério (logo após o parto) é oportuno para receber as vacinas contra doença para as quais a puérpera é suscetível: hepatite B, hepatite A, rubéola, varicela e febre amarela.

COMENTÁRIOS

1) BCG

Poucos estudos mostram eventual diminuição da resposta imune ao BCG em menores de 1.500 g a 2.000 g. Por precaução aguardar 2.000 g ou idade de 1 mês para vacinar.

2) HEPATITE B

Os RN de mães portadoras do vírus B deve receber ao nascer, além da vacina, imunoglobulina específica para Hepatite B (HBIG) na dose de 0,5 ml via intramuscular até no máximo 7 dias de vida.

Devido à menor resposta à vacina  em bebês nascidos com IG (idade gestacional) menor do que  33 semanas e/ou com menos de 2.000 g, desconsidera-se a primeira dose e aplicam-se mais trê doses (esquema 0, 1, 2 e a última dose de seis a 12 meses após  primeira dose).

3) PALIVIZUMAB

Não se trata de uma vacina, mas de imunização passiva com anticorpo monoclonal contra o vírus sincicial respiratório, indicado para o pré-termo de risco, nos meses de maior circulação do mesmo (março a setembro).

É altamente recomendado para prematuros com idade gestacional menor de 28 semanas com até 1 ano de idade, e para RN com displasia broncopulmonar e cardiopatas em tratamento clínico nos últimos seis meses com até 2 anos de idade.

É recomendado para os demais prematuros até o sexto mês de vida, especialmente para aqueles com idade gestacional de 29 a 32 semanas, ou maiores de 32 semanas que apresentem dois ou mais fatores de risco: criança institucionalizada, irmão em idade escolar, poluição ambiental, anomalias congênitas de vias aéreas e doenças neuromusculares severas.

Emprega-se a dose habitual de 15 mg/kg de peso, em cinco doses mensais consecutivas, aplicadas por via intramuscular.

4) ANTIPNEUMOCÓCICA CONJUGADA

Recém-nascidos pré-termos e de baixo peso apresentam maior incidência de doença invasiva pneumocócica, sendo que o risco aumenta quanto menor a idade gestacional e o peso de nascimento.

5) INFLUENZA (GRIPE)

A indicação rotineira da vacina contra o influenza em lactentes de 6 a 23 meses, nos prematuros, é reforçada, pois estes apresentam maior morbidade e mortalidade pelo vírus. Deve-se sempre respeitar a

sazonalidade (época do ano)  da doença.

6) POLIOMIELITE (PARALISIA INFANTIL)

Devido ao risco teórico de disseminação do vírus vacinal em uma população de imunodeprimidos (UTI

neonatal) o uso da vacina oral está contra-indicado enquanto o RN permanecer no berçário.

7) ROTAVÍRUS

 Por se tratar de vacinas de vírus vivos atenuados, a imunização contra o rotavírus só deve ser

realizada após a alta hospitalar, respeitando-se a idade limite para administração da primeira dose.

8) TRÍPLICE BACTERIANA

A utilização de vacinas acelulares reduz o risco de apnéias e episódios convulsivos pós aplicação da vacina tríplice bacteriana.

DEMAIS VACINAS

O calendário infantil deve ser seguido de acordo com a idade cronológica. A resposta imune às demais vacinas pode ser menor, mas em geral atinge níveis satisfatórios de proteção.

CLÍNICA INFANTO-JUVENIL PRÓ-CRESCER: DO FETO À ADOLESCÊNCIA (http://www.procrescer.med.br/)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Alimentação saudável na infância





Somente depois de certificar-se de que a criança comeu alimentos de todos os grupos (proteínas, carbohidratos, vitaminas, sais minerais, lípides) , dê a ela biscoitos, pães e iogurtes.

Na correria dos dias atuais come-se rápido, mastiga-se mal os alimentos, saboreia-se pouco o que está disponível na mesa.

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Não se limita a fornecer todos os nutrientes de que a criança precisa. Vai além disso, incluindo o prazer da mãe em alimentar seu filho e a harmonia familiar.

O horário das refeições não deveria ser uma batalha à mesa, mas de preferência tranqüilo. Tarefa difícil nos dias atuais.

Engole-se o tempo em busca não sei de que... do final do dia para dormir, livrar-se do cansaço, para recomeçar tudo no dia seguinte? Que vida é essa que consome a todos como se alimentos fossem?

O QUE SÃO NUTRIENTES?

Os nutrientes são compostos que formam os alimentos. São carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas e minerais. Numa dieta saudável não pode faltar nenhum deles. O principal fator que impede essa tarefa é o preço dos alimentos, tornando inacessível o acesso aos mesmos a muitas crianças carentes.

ALIMENTAÇÃO VARIADA

Não existe um único alimento que contenha todos os nutrientes necessários ao funcionamento do organismo, exceto o leite humano nos primeiros meses de vida.

Muitas propagandas na mídia são falsas. Não há em nosso país um órgão que controle a qualidade do que se veicula na televisão. Há muito lixo sendo empurrado goela abaixo para todos, influenciando crianças e adolescentes na compra de guloseimas.

ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA

Além de precisar de alimentos de todos os grupos, ter uma proporção adequada e variar ao máximo, precisa também de boa dose de bom senso.

Crianças não têm a mesma consciência dos adultos. Não compreendem o valor nutritivo dos alimentos. Cabe aos pais e responsáveis tomarem posse das informações corretas, educando-se para alimentar-se melhor e formando bons hábitos nos mais jovens.

PROTEÍNAS NAS DOSES CERTAS

Proteínas são a matéria-prima para a formação de novas células. Por isso, são fundamentais no processo de crescimento, mas a ingestão em excesso pode ser prejudicial à saúde.

Quando oferecer pães, biscoitos (bolachas), iogurtes e gelatinas – Somente depois de certificar de que a criança comeu alimentos de todos os grupos, pois biscoitos, pães e iogurtes são alimentos aceitos com mais facilidade.

PEQUENOS, MAS PODEROSOS

As vitaminas e os minerais são necessários em doses bem pequenas, mas ao faltarem por longo período prejudicam o crescimento e o funcionamento do organismo.

CRIANÇAS COM CARÊNCIAS DE VITAMINAS

As crianças que ingerem vitaminas e minerais em quantidades inadequadas correm o risco de crescer menos, sentir-se mais cansadas, ter mais preguiça e ficar mais sensíveis a doenças, principalmente as infecciosas.

EQUILÍBRIO É FUNDAMENTAL

Incluir um alimento de cada grupo em cada refeição é uma regra que garante a qualidade de alimentação. Porém, se não for possível, é necessário procurar alcançar o equilíbrio ao final do dia.

Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do Feto à Adolescência (http://www.procrescer.med.br/)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Transporte seu filho com segurança


























Prevenir é melhor do que remediar. Não adianta chorar o leite derramado.

São frases usuais quando o assunto é prevenção e as possíveis conseqüências que advém quando não se tomam atitudes para se evitar algo.

1) Não levar carros para revisão regularmente, podendo ocorrer graves acidentes em conseqüência dessa omissão.

2) Não evitar que crianças permaneçam na cozinha rodeando quem está fazendo as refeições, com possíveis queimaduras por água fervente, etc.

São exemplos de não prevenções de acidentes e conseqüências desastrosas para a saúde humana.

Com o intuito de despertar o leitor para esses temas passo a relatar cuidados durante o transporte de crianças em veículos automotores.

A cadeirinha tipo conchinha (vide figura acima) deve ser usada desde o nascimento até a criança pesar aproximadamente 9 kg. A cadeirinha fixa é utilizada a partir do momento em que a criança possuir controle pescoço-cabeça, até os quatro anos de idade (aproximadamente 18 kg).

Teste a cadeirinha que você escolheu, leia as instruções do fabricante.

Coloque a criança na cadeirinha e ajuste as alças e fivelas do cinto antes de sair.

O cinto de três ou cinco pontos retém a criança na cadeirinha e o cinto do automóvel mantém a cadeirinha afixada no banco.

Para os bebês que ainda não conseguem sentar-se e manter o equilíbrio da cabeça, deve ser usado assento tipo concha, instalado no sentido inverso ao da posição normal do banco do veículo, o que evita que a cabeça da criança sofra algum tranco.

Atenção para as roupas da criança. Elas devem permitir que o cinto passe entre as suas pernas.

Quando a criança já não puder usar a cadeirinha, mas também não tem altura suficiente para utilizar o cinto de segurança, ela deve usar um banquinho auxiliar (“Booster”).

O banquinho não pode ser substituído por almofadas.

Carro com “air bag” apresenta perigo de graves lesões se a criança estiver muito próxima do módulo de “air bag”.

O uso do cinto de segurança do automóvel é indicado sem o booster somente quando a criança ou adolescente estiver com altura de 1,45 m ou mais e conseguir apoiar os pés no piso deste.

É desaconselhável que a criança se alimente e manuseie objetos pontiagudos ou que quebrem com facilidade no interior do veículo.

A educação é a melhor saída para crianças inquietas, que se recusam a se sentar.

MEDIDAS PRÁTICAS

1) Use travas bloqueando a abertura interna das portas traseiras.

2) Mantenha os vidros levantados, deixando apenas uma pequena fresta para a ventilação em dias quentes.

3) Nunca carregue crianças no colo. Nem na saída da maternidade com o veículo em baixa velocidade e percorrendo um curto espaçco.

4) Nunca transporte crianças no porta malas.

5) Nunca coloque mais de uma criança no mesmo cinto.

6) Não use o cinto de adultos em crianças pequenas.

7) Adesivos no vidro tais como “Bebê a bordo”, “Crianças a bordo” , são úteis para informar aos outros motoristas sobre a necessidade de trafegar em baixas velocidades.

8) Lembre-se ainda que lugar de criança é no banco traseiro e nunca como caronas no banco da frente.

Os veículos não podem e não devem ser passaportes para a morte. Devem transportar pessoas com segurança e sabedoria.

Pais alcoolizados no volante são um exemplo vivo de como seus filhos serão motoristas no futuro.

Fonte: Cartilha da Campanha Nacional “Segurança no Transporte”

Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer Do Feto a Adolescência (http://www.procrescer.med.br/)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Infância e prevenção de ataque cardíaco na vida adulta









ATAQUE CARDÍACO

Esse nome é dado para várias doenças que acometem o coração de adulto jovem e do idoso. O infarto agudo do miocárdio é um deles.

É um dos principais problemas de saúde em todo mundo, representando uma significativa parcela da mortalidade total nos dias atuais.

A ocorrência de doença isquêmica do coração é o resultado de uma combinação de fatores genéticos, socioeconômicos e ambientais, estes últimos representados pelo estilo de vida durante a vida adulta.

DIETA E NÍVEL DE COLESTEROL

Uma dieta balanceada durante a infância e adolescência é a principal estratégia utilizada para reduzir o risco de doença das coronárias (artérias que irrigam o músculo cardíaco) durante a vida adulta.

Principal atenção deve ser dada à restrição da ingestão de gorduras saturadas e colesterol. No entanto, uma restrição dietética sem supervisão médica poderá levar a deficiências e ao crescimento inadequado (nanismo).

NÍVEl. DE COLESTEROL

Para crianças norte-americanas os níveis de colesterol total considerados aceitáveis são abaixo de 170 mg/dl ou elevados se estão acima ou igual a 200 mg/dl.

A probabilidade que uma criança com colesterol total acima de 200 mg/dl manter-se com esses níveis elevados durante a vida adulta é bastante elevada, constituindo, portanto, em um fator de risco importante.

O valor de 200 mg/dl na criança corresponde a 260 mg/dl do adulto, valor definitivamente associado a um risco aumentado para doença cardíaca aguda isquêmica.

Para crianças com historia familiar de risco a dosagem periódica do colesterol total é obrigatória. Para as demais essas medidas são controversas.


O BOM E O MAU COLESTEROL


As evidências dos estudos populacionais atuais apóiam a teoria de que tanto as concentrações aumentadas de colesterol total como do LDL (colesterol mau para doenças isquêmicas) predispõem à doença arterial coronariana, enquanto que taxas elevadas de HDL (colesterol bom) reduzem o risco em adultos.


HISTORIA FAMILIAR DE RISCO


Se na família de uma criança ou do adolescente têm avós com evidências de doenças aterosclerótica ou doença vascular cerebral (derrame) antes dos 55 anos para homens e 65 anos para mulheres, ou níveis de colesterol acima de 240 mg/dl, então um cuidado especial dietético deve ser feito, mudando rigorosamente os hábitos alimentares, evitando a mesma doença no futuro daquela criança ou adolescente.


OBESIDADE


Está ocorrendo um aumento da obesidade entre as crianças e adolescentes.

Os principais fatores são de ordem socioculturais e econômicos, com dieta pouco saudável, com alta proporção de gorduras, e atitudes sedentárias, de pouca atividade física.

A obesidade adquirida na infância tende a persistir pela vida adulta.

Aproximadamente um terço dos adultos obesos foram crianças obesas.

A obesidade não é considerada um fator de risco direto para aterosclerose coronária, mas, em geral, vem acompanhada de hipertensão arterial e diabetes mellitus, dois fatores de risco importantes para a doença isquêmica do coração (infarto agudo do miocárdio) e do cérebro (derrame cerebral).

A obesidade na infância não está apenas relacionada com fatores nutricionais, mas a mudanças de hábitos e comportamentos na sociedade atual, privilegiando atividades sedentárias.

SEDENTARISMO


Adolescentes que adquirem o hábito de praticar atividades físicas tendem a mantê-lo na vida adulta.

As atividades físicas na infância não conferem proteção cardíaca se essas atividades não forem mantidas posteriormente.

Essas atividades devem ser incorporadas no dia a dia da criança, como ir e voltar a pé para a escola, andar menos de carro, praticar esportes que tragam prazer e alegria, e não somente aqueles que os pais ou profissionais de saúde indicaram.

PRESSÃO ALTA


Embora a hipertensão arterial possa iniciar na infância, ainda não está bem estabelecida a associação entre a elevação leve ou moderada dos níveis da pressão na infância e um risco aumentado na vida adulta.

É recomendável que a pressão arterial seja medida de rotina em toda criança acima de três anos de idade, e em toda consulta de urgência e emergência.

Os filhos adolescentes de pais com pressão alta devem ser acompanhados com regularidade porque tendem a apresentar o mesmo problema durante suas vidas.

Dietas saudáveis, associadas com a manutenção do peso ideal e a prática regular de atividade física devem ser incentivados nas crianças para evitar pressão alta e suas conseqüências em longo prazo, como infarto agudo do miocárdio e derrame cerebral.

CIGARROS


O tabagismo está associado a um risco elevado de doenças cardiovasculares e outras, devendo-se conscientizar os pais sobre o fato das crianças fumarem passivamente quando estão expostas no meio ambiente cujos familiares fumam.

CONCLUSÃO


As doenças cardíacas e cerebrovasculares (derrame cerebral) são as principais causas de morte em pessoas acima de 30 anos de idade, no continente americano.

A saúde do coração é dependente da combinação de fatores ambientais, com condições saudáveis de vida. Tais hábitos devem ser adquiridos na infância e adolescência, tendo continuidade na vida adulta.


NÃO ADIANTA CHORAR O LEITE DERRAMADO


Adultos enfartados, obesos, diabéticos, ou com seqüelas de derrame cerebral em conseqüência de pressão alta não controlada, dariam tudo para voltar atrás em suas vidas e evitar os fatores de risco citados acima.

Aí já é tarde. O tempo é irreversível. Por que não incorporar esse conhecimento já na infância e adolescência projetando um futuro mais saudável para todos?

Esse é um dos principais desafios dos pais atuais. Ensinar aos filhos viver bem hoje com os olhos voltados para o futuro.


Fontes: Jornal de Pediatria Sociedade Brasileira de Pediatria. 
           
             Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do Feto à Adolescência (http://www.procrescer.med.br/)

A difícil arte da amamentação





É pequeno o número de mães que amamentam seus filhos até os 6 meses de idade. As razões são várias. As conseqüências são percebidas no dia a dia do consultório, com o aumento de doenças alérgicas, gastroenterites, infecções de ouvido de repetição, e tantas outras.

Leite de vaca foi feito para bezerros e não para ser dado a recém-nascidos e lactentes.

Com o intuito de conscientizar as mães a respeito das vantagens do leite materno, passamos a publicar as 10 dicas do Ministério da Saúde a respeito desse tema.


1) ACREDITE: NÃO EXISTE LEITE FRACO!


Todo leite materno é forte e adequado para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Nos 6 primeiros meses de vida, não é preciso dar chá, água, suquinho, outro leite ou qualquer alimento.

No primeiro dia a produção de leite é pequena. Esse leite, chamado colostro, é transparente ou amarelado, tem alto valor nutritivo, é suficiente para as necessidades do bebê e age como uma verdadeira vacina, protegendo-o contra doenças.



2) QUANTO MAIS SEU BEBÊ MAMAR, MAIS LEITE VOCÊ VAI TER.


Sugar o peito é o que estimula a produção de leite. Começar a mamar desde a sala de parto facilita a descida mais rápida do leite. Procure manter o bebê ao seu lado, do nascimento até a alta. A criança que mama no peito várias vezes, dia e noite, de acordo com a sua vontade, não precisa de mais nada.


3) COLOQUE O BEBÊ NA POSIÇÃO CORRETA PARA MAMAR

Para que o bebê sugue bem ele deve estar em posição de poder abocanhar não só o mamilo (bico do peito) mas grande parte da aréola (parte escura do peito), com o corpo totalmente voltado para o da mãe (barriga com barriga).

Quando a criança pega o peito corretamente, com a boca bem aberta, o leite sai em quantidade suficiente, o bebê engole tranqüilamente, a mãe não sentirá dor nem terá rachadura no peito.


4) CUIDE ADEQUADAMENTE DAS MAMAS


Para evitar rachaduras, não lave os mamilos antes e depois das mamadas. Basta o banho diário, evitando o uso de sabonete nos mamilos. O próprio leite protege a pele, evitando infecções. Não use pomadas nem cremes nos mamilos. Troque o sutiã quando estiver molhado.


5) RETIRE O LEITE QUANDO NECESSÁRIO


Evite que a mama fique muito cheia e pesada. Se isso acontecer, ferva um frasco de vidro com tampa de plástico por 10 minutos, prenda os cabelos, lave bem as mãos, coloque os dedos onde termina a aréola (parte escura do peito) e aperte várias vezes até o leite sair.

Guarde o leite no frasco de vidro, na geladeira (12 horas) ou congelador/freezer (15 dias) ou doe a um banco de leite humano. Para aquecer o leite, use banho-maria. Na falta de geladeira, o leite poderá ser guardado até duas horas em local fresco e dado ao bebê, de copinho ou colher, quando a mãe não estiver em casa.


6) NUNCA USE BICOS, CHUQUINHAS OU MAMADEIRAS


Todos esses produtos prejudicam a amamentação. Os bebês que fazem uso de mamadeiras e chupetas acabam largando o peito.


7) PROCURE APOIO


Procure conversar com quem está passando pela mesma experiência que você. Envolva sua família nas tarefas de casa para que você possa descansar.


8) SÓ TOME MEDICAMENTOS COM ORDEM MÉDICA


A mãe só deverá tomar medicamentos quando orientada pelo médico.


9) CONTINUE A AMAMENTAÇÃO, SE POSSÍVEL, ATÉ OS DOIS ANOS DE IDADE OU MAIS


A ciência, hoje, recomenda que todo bebê seja amamentado exclusivamente no peito até os 6 meses de vida. Depois, introduza frutas e a comidinha e continue amamentando até os dois anos ou mais.


10) CONHEÇA OS DIREITOS DA MÃE TRABALHADORA


A mãe que trabalha fora tem direito a :

1) licença maternidade de 120 dias, ou até 180 dias (6 meses) dependendo onde você trabalhe. Quando retornar ao trabalho, dois descansos remunerados de meia hora por dia para amamentar seu filho, até seis meses de idade

2) berçário ou creche no local de trabalho, sempre que a empresa tiver trinta ou mais mulheres trabalhando.



ATENÇÃO: Se por algum motivo você não puder amamentar seu filho, NÃO procure o peito de outra mãe. Procure um banco de leite humano ou um profissional de saúde para orienta-la.

E não esqueça: dê as vacinas em dia e muito amor para o seu bebê.

Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer Do Feto à Adolescência (http://www.procrescer.med.br/)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A criança e a prática de esportes






O início do esporte competitivo deve ser liberado para a criança por decisão exclusiva de seus pais? A escolha do esporte deve ser feita apenas pela criança?

A adequação da criança ao meio aquático só deve ser feita após os três anos de idade? As meninas podem iniciar mais cedo a prática do esporte competitivo, pois atingem a puberdade antes dos meninos?

A prática competitiva de voleibol, basquetebol e handebol só deveriam ocorrer após os doze anos de idade? Existem grandes benefícios psíquicos e para o coração na prática competitiva do futebol de salão e do judô por crianças a partir dos seis anos de idade?

Praticar esportes traz benefícios reais para a saúde ou é apenas mais um modismo atual para manter o corpo magro e bonito?

Não seria apenas uma estratégia de marketing para vender materiais esportivos?

Essas e outras perguntas são feitas diariamente pelos pais nos consultórios pediátricos. Procuraremos esclarecer algumas dessas dúvidas.

DA IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA ESPORTIVA

A ciência médica atual recomenda que todas as pessoas devem, obrigatoriamente, praticar atividades físicas desde o nascimento até os últimos dias de vida.

Recomenda-se que a mãe, desde a concepção, além de se afastar dos hábitos prejudiciais à saúde (fumo, álcool, etc ...), mantenha uma boa atividade física, proporcionando nutrição e oxigenação suficientes para o início da movimentação fetal no líquido amniótico.

DOS BENEFÍCIOS PARA O CORAÇÃO

As atividades físicas melhoram o tônus da musculatura cardíaca, resultando em maior força de contração e em conseqüente diminuição da freqüência cardíaca; isto condiciona menor trabalho para executar esforços semelhantes àqueles efetuados por um organismo menos exercitado.

CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA

A atividade física intensifica os mecanismos de contração muscular e uso das articulações (juntas) do corpo, melhorando as ações venosas, arterial e linfática, com melhora global da circulação corpórea.

SISTEMA EXCRETOR

O suor provocado pelo exercício físico constitui importante aliado do trabalho dos rins, proporcionando uma atividade de excreção mais eficiente do organismo.

SISTEMA ENDÓCRINO

A atividade física produz melhor equilíbrio hormonal; no obeso promove a queima da gordura excedente, enquanto no diabético resulta em diminuição da necessidade de tomar insulina.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

A necessidade do grande e imediato aporte de oxigênio condiciona melhor expansão do tórax, promovendo mudanças equilibradas da freqüência respiratória e facilitando o respirar.

SISTEMA DIGESTIVO

As necessidades nutricionais exigidas para a prática desportiva condicionam uma alimentação mais saudável e equilibrada.

SISTEMA LOCOMOTOR

A melhora do tônus muscular aprimora a função de equilíbrio e de movimento, condicionando, ao final, melhor postura. A movimentação das articulações (juntas) melhora a elasticidade e flexibilidades, tão importantes para prolongar a vida dessas estruturas.

SISTEMA NERVOSO E PSIQUISMO

A atividade esportiva descarrega a tensão e a impetuosidade, libera a introversão (ficar olhando para o próprio umbigo o tempo todo), modera a agressividade e une os extremos, ensinando ainda a vencer e a perder no jogo da vida.

ATIVIDADE FÍSICA MÍNIMA

Também conhecida com atividade da vida diária (AVD), é aquela envolvida nas atividades mais simples do dia a dia, como as exercidas pela dona de casa ou pelas demais pessoas em trabalhos de escritório. O indivíduo se cansa e não obtém qualquer benefício para o coração e pulmões.

Ao contrário, pela longa permanência no mesmo lugar, em pé ou assentado, pode desenvolver quadro inicial de varizes nos membros inferiores ou problemas de coluna. As distâncias percorridas são pequenas, não há escadas e tampouco trabalho manual pesado.

ATIVIDADE FÍSICA NÃO PROGRAMADA

É a prática desportiva ocasional, esporádica, em fins de semana e com intensidades as mais variadas e perigosas. Não traz grandes benefícios gerais e pode provocar lesões no aparelho locomotor. Deve ser evitada por trazer um potencial de risco para agravos à saúde.

ATIVIDADE FÍSICA PROGRAMADA

É aquela que tem valores mínimos de freqüência, intensidade e continuidade, trazendo benefícios ao ser humano. Freqüência de pelo menos três vezes por semana, se possível cinco e nunca sete. Intensidade suficiente para gerar benefícios ao organismo (o andar com 120 passos totais por minuto, por exemplo) e continuidade por toda a existência.

ATIVIDADE FÍSICA COMPETITIVA

É, na realidade, a atividade física mais intensa, mais perfeita, mais desejada e, ao mesmo tempo, mais benéfica e perigosa. O grande campeão esportivo será provavelmente um vencedor em sua vida profissional futura, dentro ou fora do esporte.


ESPORTES xVÍCIOS: NÃO HÁ OUTRA OPÇÃO

A época atual trouxe consigo a procura do prazer imediato através do uso de drogas lícitas (bebidas alcoólicas, cigarro) e ilícitas (drogas).

A prática regular de esportes deve ser estimulada desde os primeiros meses de vida, criando hábitos sadios e uma convivência social satisfatória e solidária entre as pessoas.

Dessa maneira não haverá espaço para a busca de vícios com a finalidade de fugir da realidade que nos cerca.


DOS DIREITOS DA CRIANÇA NO ESPORTE

Estabelecidos pelo Congresso do Panathlon de Avignon – França (1995) são:

1) A criança tem direito de praticar esportes;

2) Direito a se divertir e jogar;

3) Direito de usufruir um ambiente sadio;

4) Direito de ser tratado com dignidade;

5) Direito de ser rodeado e treinado por pessoas competentes;

6) Direito de seguir treinamentos apropriados aos ritmos individuais;

7) Direito de competir com jovens que possuem as mesmas possibilidades de sucesso;

8) Direito de participar de competições apropriadas;

9) Direito de praticar o próprio esporte com absoluta segurança;

10) Direito a períodos de repouso;

11) Direito a não ser um campeão.

PRÁTICA DE EXERCÍCIOS DE ZERO A UM ANO

Desde os primeiros meses de vida a criança deve ser estimulada a movimentar seu corpo em busca da exploração do meio ambiente que a cerca.

Até os 3 meses de idade o decúbito dorsal horizontal (deitado de barriga para cima) deve ser o preferencial, permitindo que a criança tenha consciência do seu corpo, atividades que promovam o início da interação entre cérebro, visão, audição, fala e ação motora.

Aos seis meses aprenderá a sentar-se, devendo tomar-se o cuidado para evitar que a mesma curve seu tronco muito para frente, levando a compressões da coluna.

Dos 6 meses a 1 ano o ganho de habilidades motoras fará com que a criança chegue ao andar ereto, característica dos humanos. Aumenta a necessidade de exploração dos arredores, ampliando seu mundo.

DE UM A SEIS ANOS

É a fase de andar, correr, saltar, cair, arremessar, pegar; nessa fase a criança ultrapassa gradualmente várias etapas evolutivas, de acordo com suas novas aquisições.

Os estímulos dos pais para essas atividades devem ser juntos com cuidados com o meio ambiente ao redor, evitando acidentes freqüentes.

A escola de natação somente é recomendada a partir dos três anos de idade, quando já existe coordenação motora suficiente para garantir rendimento satisfatório ao aprendizado.

O jogo de futebol deve ser feito entre crianças da mesma idade, estatura e pesos semelhantes, evitando lesões graves por competições entre crianças com condições físicas diferenciadas.


DOS SEIS AOS DOZE ANOS

É a fase do crescimento, quando os ossos e estruturas musculares deverão alongar-se proporcionalmente. A maioria das crianças nessa fase já completou seu desenvolvimento motor.

Deve-se intercalar entre as obrigações escolares um período considerável para a execução de atividades físicas. As atividades físicas nessa faixa etárias devem priorizar as atividades recreativas, evitando-se as atividades competitivas.

As escolinhas de esportes, desde que orientadas por profissionais competentes, são bem vindas nessa idade, trazendo grandes benefícios para as crianças.

DOS DOZE AOS DEZOITO ANOS

Caso o jovem se decida pela prática de atividade física recreativa, deve exerce-la conforme suas necessidades e preferências, mas respeitando certas exigências, tais como freqüência (mínima de três vezes por semana), intensidade (andar no mínimo com 120 passos por minuto) e continuidade (por toda a vida).

IDADES APROPRIADAS PARA ESPORTES COMPETITIVOS

(1) Natação, ginástica olímpica – dez anos (o treinamento, sem preocupações competitivas pode ser iniciado aos oito anos);

(2) Voleibol, basquetebol, handebol, atletismo (saltos, corridas curtas) – doze anos;

(3) Futebol, futsal, pólo aquático, judô, atletismo (arremesso) – catorze anos;

(4) Tênis, beisebol, esgrina (esportes unilaterais) – mais de catorze anos;

(5) Corrida de fundo, halterofilismo, lutas (outras) – dezesseis anos.




Fonte: PRONAP – Programa Nacional de Atualização Pediátrica – Sociedade Brasileira de Pediatria.

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Morte súbita em lactentes





Imagine que após alimentar, banhar seu bebê, e deixá-lo em seu berço dormindo, uma mãe é surpreendida ao encontrá-lo imóvel, sem movimentos respiratórios ou batimentos cardíacos. Morto.

Bebês aparentemente saudáveis sem intercorrências importantes, podem ser vítimas de tal patologia.

Trata-se da Síndrome da Morte Súbita, causa de morte mais comum em criança de um mês a um ano de idade, na maioria dos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, é responsável por 3000 óbitos anualmente. É rara antes de quatro semanas, e menos comum após os seis meses de vida.

A síndrome pode ser definida a morte súbita de uma criança de menos de um ano de idade aparentemente normal, que permanece sem explicação após revisão cuidadosa de história clínica, necropsia (exame pós morte) e da cena da morte.

A causa é desconhecida, porém existem fatores de risco associados e que podem ser controlados:

1) dormir de barriga para baixo;

2) dormir em superfície macia;

3) mãe fumante durante a gravidez;

4) superaquecimento (quantidade de roupa ou mantos em uso pela criança, temperatura do quarto e estação do ano – mais comum no inverno);

5) início tardio de pré-natal ou ausência do mesmo;

6) mãe jovem, prematuridade e/ou baixo peso ao nascer e sexo masculino;

7) raça negra e índios americanos teriam uma maior incidência;

8) pode ser precedido por infecções respiratórias sem importância.

Dormir “de barriga para baixo” é o fator de risco mais importante.

Observou-se que a maioria das crianças se encontrava em decúbito ventral (de barriga para baixo) no momento do óbito. A partir destas investigações a Academia Americana de Pediatria, em 1992 divulgou suas recomendações e iniciou uma campanha nacional, hoje mundial, visando à mudança de posição de dormir, alertando contra dormir de barriga para baixo.

No Brasil existem poucos dados sobre a incidência desta síndrome, o que não significa que não ocorra. A alta taxa de mortalidade infantil por outras causas e a falta de realização de necrópsia (exame pós morte) podem justificar este fato.

A incidência desta Síndrome no mundo tem diminuído drasticamente (50% ou mais em alguns países), após a orientação de não se colocar os bebês para dormir “de barriga para baixo”. Esta informação deve ser disseminada entre os profissionais de saúde e toda a comunidade para que cada vez mais mães e pessoas responsáveis pelo cuidado dos bebês mantenham-no em decúbito dorsal (barriga para cima) para dormir.

Outros recomendações devem ser observadas:

- Não utilizar colchões depressíveis, travesseiros moles, cobertas ou roupas de cama macias;

- Evitar o superaquecimento da criança;

- Não colocar o bebê para dormir junto aos adultos, em sua cama ou sofá;

- Gestantes devem evitar o uso de cigarro durante a gravidez e após o nascimento do bebê.



Portanto, bebês não devem ser colocados para dormir “de barriga para baixo”.

A posição mais segura para o seu bebê dormir é o decúbito dorsal ou seja “de barriga para cima”.



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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Adolescência e gravidez: como abordar?






Segundo dados do Banco Mundial para a América Latina e Caribe cerca de 50% das mulheres tiveram relações sexuais antes dos vinte anos.

No Brasil, quase 30% das mulheres e mais de 60% dos homens iniciaram a vida sexual antes dos dezessete anos.Os tempos mudaram.

O Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaborou dez conselhos para os pais no intuito de evitar a gravidez na adolescência, que passo a transcrever.

Pais e demais adultos muito podem fazer para reduzir o risco de que suas filhas fiquem grávidas ou que seus filhos deixem uma jovem grávida, antes que sejam maiores de idade.

1) Tenha claros os próprios princípios e o que representa sexualidade - a comunicação se faz melhor quando se está seguro do que se pensa para clarear suas atitudes. Pense no seguinte:

o O que pensa sobre o direito que têm os jovens em idade escolar de terem relações sexuais e se transformarem em pais e mães?

o De quem é a responsabilidade de fixar limites sexuais em uma relação?

o Teve alguma relação sexual quando adolescente? Que pensa sobre essa experiência agora? Podem essas reflexões ajudar a tratar o tema com seus filhos?

o É conveniente estimular os jovens absterem-se de ter relações sexuais?

o Qual sua opinião sobre o uso de anticoncepcional na adolescência?


2) Trate o tema de sexualidade com seus filhos e filhas desde a infância. Faça-o com freqüência e de maneira especifica.

A conversação tem que ser um diálogo. Pergunte o que pensam e sabem. Pergunte o que os inquieta.

Segundo pesquisas, estas são as perguntas mais freqüentes.

o Como posso saber se estou enamorado (a)?

o Como posso saber que estou pronto para ter relações sexuais?

o Terei mais prestígio com meus amigos se tiver relações sexuais?Essas relações me darão mais amadurecimento, ou mais atividades adultas?

o Como eu digo ao meu noivo que não quero ter relações sexuais sem perde-lo nem feri-lo?

o Que devo fazer quando minha noiva se colocar muito sedutora comigo?

o Como funcionam os anticoncepcionais?

o Pode-se engravidar na primeira relação sexual?

Não tenha receio de dizer coisas como:

o Creio que os jovens em idade escolar, não têm idade para relações sexuais principalmente pelos riscos que existem hoje...

o Se decidir ter relações sexuais proteger-se sempre contra gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.

o É comum se defrontar com momentos de grandes tentações sexuais. Tem que pensar como reagir. Vai dizer não? Ou vai usar o preservativo e/ou um contraceptivo?

o Aos meninos é bom lembrar que ter um filho não o converte em homem. Mais homem é o que pode esperar e atuar com responsabilidade.

o As meninas não têm que ter relações para conservar o namorado.

3) Supervisione seus filhos adolescentes

Converse em família guardando respeito para fixar regras, horários e normas de condutas. Supervisionar os filhos não quer dizer que sejamos tiranos. Significa que somos bons pais.

4 ) Conheça os amigos de seus filhos e as famílias deles.

Os amigos influenciam muito o comportamento do adolescente. Incentive seus filhos e terem amigos cujas famílias tenham os mesmos princípios de sua família.

5 ) Não incentive as saídas em pares freqüentes e constantes de adolescentes com idade muito baixas.

As atividades em grupos são boas para os jovens, porém as saídas em em idades muito precoces poderão ser prejudiciais.

6) Faça oposição severa a que sua filha saia com parceiro muito mais velho que ela, ou que seu filho se envolva com uma menina muito menor.

O melhor é que a diferença não seja maior que dois ou três anos entre os dois.

7) Faça seus filhos saberem o valor de educação

Os fracassos escolares são os primeiros sinais que podem levar a uma gravidez. Mantenha-se muito interado em como está sendo o aproveitamento de seus filhos na escola.

8) Observe o que seu filho está vendo, lendo e escutando.

A televisão, o rádio, o cinema, os vídeos musicais, as revistas, a internet... em todos esses meios abundam mensagens com forte conteúdo erótico. Apresentam a sexualidade como mais um produto de consumo em busca do lucro. Não abordam a sexualidade em termos de educação.

Estimule a seus filhos que tenham sentido crítico das situações apresentadas.

9) - Faça laços fortes com seu filho e filha desde a infância:

o Expresse amor e carinho com freqüência. Abrace seus filhos e diga o quanto eles representam para você.

o Preste atenção no que fazem e dizem seus filhos.

o Passe tempo com seus filhos em atividades próprias para suas idades.

o Interesse-se pelos seus passa tempos. Mostre entusiasmo pelos seus êxitos, ainda que sejam pequenos. Demonstre interesse e desejo para saber o que está sucedendo na sua vida.

o Seja cordial e respeitoso. Não os critique de maneira a menospreza-los. Não compare seu filho com outra pessoa.

o Faça refeições junto à sua família com maior freqüência possível. Aproveite este tempo para conversar, não para confrontar.

10) Lembre-se que nunca é tarde para melhorar a relação de pais e filhos. Não subestimem o direito de que os filhos necessitam de orientação, aproximação e apoio de seus pais.


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Obstipação intestinal crônica





Cada criança tem seu hábito intestinal normal. Para dizermos que uma criança tem constipação intestinal é necessário conhecer este hábito, previamente:

1 - A freqüência das evacuações varia com a idade e o tipo de dieta. Em recém nascidos e lactentes jovens a freqüência pode variar de dez evacuações ao dia até uma evacuação a cada sete a dez dias.

Com aumento da idade há diminuição do número de evacuações, variando de três vezes ao dia até uma vez a cada três dias.

2 - A consistência fecal depende da quantidade de água nas fezes. Estas são mais amolecidas nos recém nascidos e lactentes jovens e mais consistentes em crianças maiores. Nos constipados a taxa de água das fezes é diminuída (fezes ressecadas e endurecidas)

3 - O peso fecal também varia de acordo com a dieta (menos pesadas em recém nascidos e lactentes e mais pesadas em crianças maiores) variando entre 50 e 400 g.

4 - O tempo médio de trânsito intestinal ( intervalo entre a ingestão do alimento e eliminação do bolo fecal varia de 8 (em bebês de 1 – 3 meses) até 60 horas (em escolares).

A dificuldade em se tratar uma criança com constipação começa pela dificuldade em se definir quem são as crianças portadoras de um ritmo intestinal alterado.

Constipação intestinal é definida com relação a alterações de freqüência, consistência, tamanho e/ou dificuldade de eliminação das fezes.

Existem algumas variações na definição de constipação intestinal. Tem constipação quem demora muitos dias para evacuar? Seria quem evacua com dificuldade e com dor? Ou quem elimina fezes ressecadas e em grandes volumes, com raias de sangue muitas vezes.

Fique atento, pois os quadros de constipação mais avançados podem simular diarréia e retardar a procura pelo ajuda médica.

Poderíamos definir constipação pela ocorrência de qualquer um dos sintomas, independente do intervalo das evacuações: eliminação de fezes duras, em cíbalos, na forma de seixos ou cilindros com rachaduras, com raias de sangue ou escape fecal, dificuldade ou dor para evacuar, eliminação esporádica de fezes muitos volumosas ou freqüência de evacuações inferior a três por semana, exceto em crianças em aleitamento materno exclusivo.

Entende-se que estes sintomas devam ocorrer por período maior que trinta dias (alguns determinam 3 meses), para caracterizar um quadro de constipação crônica.

E o que é escape fecal (soiling)? É a perda involuntária de parte do conteúdo fecal por portadores de constipação crônica conseqüente existência de fezes impactadas no reto.

A constipação crônica na infância pode ser funcional ou secundária a outras patologias. A maioria dos casos

se enquadram em constipação intestinal funcional.



O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE O FUNCIONAMENTO INTESTINAL?


A entrada de alimentos no aparelho digestivo é seguida de uma série de movimentos que tem por finalidade misturar o conteúdo alimentar,

facilitando a absorção de água e outros nutrientes, e impulsionar o bolo fecal para o reto (peristalse).

O intestino se divide em delgado e grosso (colo, sigmoide e reto). Ao fim do reto encontra-se o anus. Este é envolvido por dois esfíncteres (“válvulas”): anal interno e externo que são de controle involuntário e voluntário respectivamente.

As principais funções do colo são absorver água e eletrólitos, conduzir as fezes a partir do intestino delgado, e armazená-las especialmente no sigmoide, antes da evacuação. Após as refeições podem haver contrações colônicas de grande amplitude empurrando a massa fecal para o interior do reto (reflexo gastro cólico) que desencadeará o reflexo evacuatório.

Normalmente o reto não contém fezes. Com a progressão destas para seu interior, conseguida através dos movimentos intestinais, desencadeia-se o reflexo evacuatório. A presença de fezes no reto provoca uma distensão do mesmo e um relaxamento do esfíncter anal interno ( situado logo abaixo dele) , desencadeando a vontade de evacuar. Neste momento a criança relaxa ou contrai o esfíncter anal externo, se for conveniente ou não que a evacuação se concretize.

A posição ideal é o agacho com contração da musculatura abdominal durante inspiração, relaxamento do esfíncter anal externo e contração de musculatura do períneo (musculatura que envolve o anus). A coordenação desses mecanismos começa a ficar voluntária a partir do segundo ano de vida.

Caso a criança impeça a eliminação do bolo fecal, estas fezes retornam ao sigmoide, deixando o reto vazio novamente.

A retenção fecal ocorre quando estas fezes não são eliminadas . Se por tempo prolongado, o reto passa a conter fezes (o que não deve ocorrer normalmente).

A distensão constante do reto diminui sua sensibilidade e o reflexo evacuatório fica interrompido. Com o passar do tempo a criança vai dilatando porções superiores do intestino (colo), as fezes vão se tornando mais ressecadas e volumosas (fecaloma).

Instala-se um ciclo vicioso, quando a criança sente dor para evacuar e para se defender da dor evita a evacuação, retendo mais fezes e proporcionando mais dor.

A presença do fecaloma pode manter o esfíncter anal interno constantemente dilatado e a criança torna-se incapaz de perceber o escape de fezes pelo anus em sua roupa intima – é o soiling). Isto pode ser constatado nos quadros de constipação crônica mais avançada.

Além da dor e retenção de fezes é fator importante na gênese da constipação a elaboração da dieta. Esta deve ser rica em fibras que proporcionam um trânsito intestinal mais rápido e um maior peso do bolo fecal.

Também existem fatores individuais e familiares associados levando a distúrbios da motilidade intestinal e constipação (´e comum várias pessoas terem constipação na mesma família).



QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL CRÔNICA?


Cerca de metade dos casos surge no primeiro ano de vida (muitas vezes coincidente com o desmame). É mais freqüente em sexo feminino.

Eliminação de fezes endurecidas, ressecadas, volumosas. Intervalos maiores entre as evacuações, raias de sangue nas fezes, dor ou dificuldade em evacuar, posição de defesa, escape fecal (mais tardiamente). È causa relativamente freqüente de dor abdominal crônica na infância.

Outras manifestações menos comuns: vômitos, infecções urinárias de repetição, retenção ou incontinência urinária, falta de apetite, náuseas, cefaléia, flatulência (gases), massa abdominal palpável, distensão abdominal, fissura anal (pequenas feridas no anus).

Faz-se necessário descartar a presença de outras patologias associadas. Daí a importância da avaliação médica.


O QUE FAZER DIANTE DE SEU FILHO COM CONSTIPAÇÃO INTESTINAL FUNCIONAL?


O tratamento é prolongado e exige grande dedicação e paciência e compreensão por parte da família e da criança.

O objetivo é interromper a retenção fecal e evitar a manutenção do ciclo vicioso.

O colo e o reto precisam estar vazios para se restabelecer a contração e sensibilidade normais, com restabelecimento do reflexo evacuatório normal


O TRATAMENTO SE DIVIDE EM CINCO FASES


1 – Conhecimento de todo o processo pela família e pela criança (sempre que possível);

2 – Eliminação do fecaloma: limpeza do conteúdo fecal retido cronicamente através de lavagens em série conforme a necessidade de cada caso;

3 – Impedimento da formação de novos fecalomas – através de orientação dietética e da introdução de laxativo com o objetivo de abolir a presença de escape fecal e evacuação dolorosa. Assim a criança perderá o medo de evacuar e readquirirá a confiança neste ato. Esta fase poderá durar 3 meses a 1 ano;

4- Reinício do treinamento evacuatório - encorajar a criança a sentar-se no toalete por 3 – 5 minutos três a quatro vezes ao dia, após as refeições (treinamento). Seus pés devem estar apoiados no chão ou banqueta posição confortável);


5 – Manutenção - O tratamento deverá ser mantido, sob orientação, pelo tempo que for necessário para que o intestino distendido volte a sua função normal. É importante a “não descontinuidade” do mesmo , ainda que hajam sinais de melhora, pois esta é a maior causa de insucesso do tratamento. A retenção de fezes implica em reinicio do tratamento, o que gera uma grande frustração para a criança.

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O jovem e as doenças sexualmente transmissíveis








1) O QUE SÃO DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST)?



AS DST são doenças transmitidas por meio da relação sexual, seja de homem com mulher, homem com homem ou mulher com mulher. Em geral, a pessoa infectada transmite a DST para seus parceiros, principalmente quando acontece penetração.

Ao contrário do que muita gente pensa, as DST são doenças graves que podem causar disfunções sexuais, esterilidade, aborto, nascimento de bebês prematuros com problemas de saúde, deficiência física ou mental, alguns tipos de câncer e até a morte. Uma pessoa com DST também tem mais chance de pegar outras DST, inclusive a aids.

As DST constituem grave problema médico, sanitário e social. Até alguns anos passados, as DST clássicas eram a sífilis, a gonorréia, o granuloma venéreo e a donovanose, sendo a prostituição considerada preponderante para a transmissão.

Atualmente, porém, outros fatores concorrem para o aumento da incidência, como a falta de compromisso com a saúde, no comportamento sexual de ambos os sexos, tanto nas práticas homo (relacionamento sexual com pessoas do mesmo sexo) como heterossexuais (relacionamento sexual entre pessoas de sexos diferentes).


2) CLASSIFICAÇÃO DAS DST



A) Obrigatoriamente de transmissão sexual



. Sífilis

. Gonorréia

. Cancro mole

. Linfogranuloma venéreo



B) Freqüentemente transmitida por contato sexual



. Donovanose

. Tricomoníase

. Condiloma acuminado

. Uretrites não-gonocócicas

. Herpes simples genital

. Candidíase genital

. Pediculose pubiana

. AIDS

. Hepatite por vírus B



C) Eventualmente transmitidas por contato sexual



. Molusco contagioso genital

. Pediculose

. Escabiose

. Oxiuríase

. Hepatite por vírus A

. Amebíase

. Shigelose

. Tuberculose



3) QUEM PODE PEGAR DST?



Quem tem relações sexuais sem camisinha;

Quem tem parceiro que mantém relações sexuais com outras pessoas sem camisinha;

Pessoas que usam drogas injetáveis e compartilham seringas;

Pessoas que têm parceiros que usem drogas injetáveis, compartilhando seringas;

Pessoas que recebem transfusão de sangue não testado;

Qualquer um - casados, solteiros, jovens, adultos, ricos ou pobres - pode pegar DST.



4) QUAIS OS PRINCIPAIS SINAIS DAS DST?



Feridas (úlceras): aparecem nos órgão genitais ou em qualquer parte do corpo. Podem doer ou não.

Corrimentos: aparece no homem e na mulher no canal da uretra, vagina ou ânus. Podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados como pus. Alguns têm cheiro forte e ruim. Tem gente que sente dor ao urinar ou durante a relação sexual. Nas mulheres, quando o corrimento é pouco, só é visto em exames ginecológicos.

Verrugas: são como caroços; podem parecer umas couves-flores quando a doença está em estágio avançado. Em geral não dói, mas pode ocorrer irritação ou coceiras.



5) QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS?



Ardência ou coceira: mais sentidas ao urinar ou nas relações sexuais. Há pessoas que sentem as duas coisas, outras somente uma e muitas pessoas não sentem nada e, sem saber, transmitem DST para seus parceiros.

Dor e mal-estar: embaixo do umbigo, na parte baixa da barriga, ao urinar, ao evacuar ou nas relações sexuais.



6) COMO TRATAR AS DST?



· Faça apenas o tratamento indicado por um profissional de saúde, não aceite indicações de vizinhos, parentes, funcionários de farmácias etc.

· Siga a receita e tome os remédios na quantidade certa e nas horas certas.

· Continue o tratamento até o fim, mesmo que não haja mais sinal ou sintoma da doença.

· Todo o parceiro de quem está com DST devem ser conscientizados e fazer o tratamento, senão o problema continua.

· Deve-se evitar relações sexuais durante o tratamento. Em último caso, use sempre camisinha.

· Peça também para fazer o teste da aids. É melhor sempre se prevenir.



7) SERVIÇOS QUE ATENDEM CASOS DE DST



O que são os serviços que atendem DST?

São serviços de saúde que pertencem ao Sistema Único de Saúde (SUS) e que contam com profissionais de saúde capacitados na Abordagem Sindrômica das DST, podendo ou não contar com estrutura laboratorial, promovendo a assistência clínica e o tratamento adequado, a prevenção, o fornecimento de preservativos e aconselhamento para testagem para o HIV.



8) SEXO SEGURO É COM CAMISINHA



A camisinha (preservativo) é a maneira mais fácil e eficiente de impedir o contato com o sangue, esperma e secreção vaginal, evitando a transmissão de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), como a aids. Use sempre camisinha, desde o começo de todas as relações sexuais.

Verifique sempre a data de validade da camisinha na embalagem e para guardá-la prefira locais frios e secos. Deixar a camisinha por muito tempo na carteira ou no porta-luvas do carro pode estragá-la.


9) ONDE ENCONTRAR CAMISINHA GRATUITA



Onde encontrar as Coordenações Estaduais e Programas Municipais que informam onde encontrar camisinha (preservativo).

Programa Estadual de DST e Aids de Minas Gerais

Endereço : Av. Afonso Pena, 2300, 8º Andar, Sala 806

Bairro: Av. Afonso Pena Cidade : Belo Horizonte - MG

CEP: 30130-007 FONE: 031-3261-7519 3261-7847

FAX: 3261-8367

Nome: Maria Tereza da Costa Oliveira

Cargo: Coordenador

Programa Municipal de DST e Aids de Belo Horizonte

Endereço : Avenida Afonso Pena, 2336, 5º Andar

Bairro: Funcionários Cidade : Belo Horizonte - MG

CEP: 30130-006 FONE: 031- 3277 7798 3277 7796

FAX: 3277 7797

Nome: Carmen Teresinha Mazzilli Marques

Cargo: Coordenador


10) COMO USAR A CAMISINHA MASCULINA



Abra a embalagem com cuidado - nunca com os dentes - para não furar a camisinha.Coloque a camisinha somente quando o pênis estiver ereto. Desenrole a camisinha até a base do pênis, mas antes aperte a ponta para retirar o ar.Só use lubrificantes à base de água, evite vaselina e outros lubrificantes à base de óleo.

Após a ejaculação, retire a camisinha com o pênis ainda duro, fechando com a mão a abertura para evitar que o esperma vaze da camisinha. Dê um nó no meio da camisinha e jogue-a no lixo. Nunca use a camisinha mais de uma vez. Usar a camisinha duas vezes não previne contra doenças e gravidez.



11) CUIDADOS NECESSÁRIOS AO USAR A CAMISINHA MASCULINA



Colocar a camisinha desde o começo do contato entre o pênis e a vagina.

Tire a camisinha com o pênis ainda duro, logo depois da ejaculação.

Apertar a ponta da camisinha enquanto ela é desenrolada para tirar o ar. Se o reservatório destinado ao sêmem estiver cheio de ar, a camisinha pode estourar.

Usar somente lubrificantes à base dágua. Somente lubrificantes à base dágua devem ser utilizados junto com a camisinha, como é o caso do KY. Já a vaselina e outros lubrificantes à base de petróleo não devem ser usados, já que causam rachaduras na camisnha, acabando com a capacidade dele de proteger contra doenças e gravidez.

Transar uma única vez com cada camisinha. Usar a camisinha mais de uma vez não previne contra as DST e gravidez.

Guardar a camisinha em locais frescos e secos.

Nunca abra a camisinha com os dentes ou outros objetos que possam danificá-la.



12) COMO USAR A CAMISINHA FEMININA



Para colocar a camisinha feminina encontre uma posição confortável. Pode ser em pé com um pé em cima de uma cadeira; sentada com os joelhos afastados; agachada ou deitada.

Segure a argola menor com o polegar e o indicador. Aperte a argola e introduza na vagina com o dedo indicador.

Empurre-a com o dedo indicador A argola maior fica para fora da vagina, isso aumenta a proteção.

Depois da relação, retire a camisinha feminina torcendo a argola de fora para que o esperma não escorra e jogue-a no lixo. Nunca use a camisinha feminina mais de uma vez.



13) CUIDADOS NECESSÁRIOS AO USAR A CAMISINHA FEMININA



· Usar a camisinha feminina desde o começo do contato entre o pênis e a vagina.

· Transar uma única vez com cada camisinha feminina. Usar a camisinha feminina mais de uma vez não previne contra as DST e gravidez.

· Guardar a camisinha feminina em locais frescos e secos.

· Nunca abra a camisinha feminina com os dentes ou outros objetos que possam danificá-la.



14) PRINCIPAIS ERROS NO USO DA CAMISINHA



a) Usar só na hora da penetração

A camisinha deve ser colocada desde o começo do contato entre o pênis e a vagina.



b) Só tirar depois que o pênis amolecer dentro da vagina

Com o pênis mole, o sêmem pode vazar da camisinha entrando em contato com a vagina. Tire a camisinha com o pênis ainda duro, logo depois da ejaculação.


c) Colocar do avesso

Assim é mais difícil colocar a camisinha e o rompimento pode acontecer facilmente.



d) Não tirar o ar do reservatório ao colocar a camisinha

Se o reservatório destinado ao sêmem estiver cheio de ar, a camisinha pode estourar. Por isso, é importante apertar a ponta do preservativo enquanto ele é desenrolado.


d) Só colocar na hora da ejaculação

A transmissão de DST e a gravidez podem acontecer antes da ejaculação.



e) Passar lubrificantes que não sejam à base dágua


Somente lubrificantes à base dágua devem ser utilizados, como é o caso do KY. Já a vaselina e outros lubrificantes à base de petróleo não devem ser usados, já que causam rachaduras no preservativo, acabando com a capacidade dele de proteger contra doenças e gravidez.



g) Transar duas vezes com a mesma camisinha



A camisinha só pode ser usada uma única vez. Usá-la mais de uma vez não previne contra as DST e gravidez.



h) Guardar em lugar incorreto

Guardar a camisinha na carteira ou no porta-luvas pode danificá-la. Por isso, mantenha-a em locais frescos e secos.



i) Abrir com os dentes e outros objetos cortantes

Nunca abra a camisinha com os dentes ou outros objetos que possam danificá-la.



15) A CAMISINHA PODE PROTEGER CONTRA AS DST E A AIDS?



Diversos estudos confirmam a eficiência da camisinha na prevenção da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis.

Pesquisa realizada nos Estados Unidos demonstrou que o uso correto e sistemático da camisinha em todas as relações sexuais previne em 95% a transmissão do HIV.

Outro estudo realizado nos EUA mostrou que o HIV não pode atravessar a camisinha. O látex foi ampliado 2 mil vezes (utilizando-se de microscópio eletrônico) e não foi encontrado nenhum poro. Examinou-se, também, as 40 marcas de preservativos mais utilizadas em todo o mundo, ampliando 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhum apresentou poros.

Quanto à possibilidade de a camisinha estourar durante o ato sexual, pesquisas sustentam que as taxas de rompimentos são inferiores a 1%, e que o fato dela “arrebentar” deve-se muito mais ao uso incorreto do que falha do produto em si.

O dado mais convincente sobre a efetividade da camisinha foi demonstrado por estudo realizado entre casais onde um dos parceiros estava infectado pelo HIV e o outro não. Foi demonstrado que com o uso consistente do preservativo a taxa de infecção pelo HIV nos parceiros não infectados foi menor que 1% ao ano. O uso correto e consistente da camisinha contribui, de forma concreta, desde a prevenção de enfermidades até a gravidez indesejada.

Esses estudos mostram que o uso correto da camisinha protege contra as doenças sexualmente transmissíveis e a aids.



16) PREVENÇÃO DA AIDS



O HIV, vírus da aids, pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo leite materno.

Sabendo disso, você pode conviver com uma pessoa portadora do HIV. Pode beijar, abraçar, dar carinho e compartilhar do mesmo espaço físico sem ter medo de pegar o vírus.

Quanto mais respeito e carinho você der a quem vive com HIV/aids, melhor será a resposta ao tratamento, porque o convívio social é muito importante para o aumento da auto-estima das pessoas e, conseqüentemente, faz com que elas cuidem melhor da saúde.



A) ASSIM PEGA



Sexo na vagina sem camisinha

Sexo anal sem camisinha

Sexo oral sem camisinha

Uso de seringa por mais de uma pessoa

Transfusão de sangue contaminado

Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação

Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados



B) ASSIM NÃO PEGA



· Sexo desde que se use corretamente a camisinha

· Masturbação a dois

· Beijo no rosto ou na boca

· Suor e lágrima

· Picada de inseto

· Aperto de mão ou abraço

· Sabonete/toalha/lençóis

· Talheres/copos

· Assento de ônibus

· Piscina

· Banheiro

· Doação de sangue

· Pelo ar

Fontes: Programa Nacional de DST e AIDS – www.aids.gov.br


Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do feto à Adolescência (http://www.procrescer.med.br/)


Doenças Infecciosas na Infância e Adolescência – Tonelli/Freire


MEDSI – Segunda Edição.







quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Adolescentes: uso e abuso de anabolizantes




QUAIS AS VANTAGENS DO ESPORTE PARA O ADOLESCENTE?


1) Combate a ociosidade;

2) Reforça sua auto-estima;

3) Cria maior resistência ao aparecimento de doenças;

4) Controla o peso;

5) Previne os riscos;

6) Ajuda na busca de objetivos e estimula o contato com outras pessoas criando sentimento de equipe e solidariedade entre os participantes.


NO BRASIL, OS JOVENS PRATICAM MUITO ESPORTE?

Em nosso país, a população adolescente que pratica esportes ainda é pequena.


QUAIS OS "MITOS" COM RELAÇÃO ÀS PRÁTICAS ESPORTIVAS?

Mitos são crenças em que as pessoas acreditam e que não correspondem a verdades. Por exemplo, acreditar que o esporte promove crescimento físico, que atrasa ou interfere na primeira menstruação, que prejudica o rendimento escolar, que não deve ser praticado por adolescentes com doenças crônicas (diabetes, epilepsia, asma) são mitos que as pessoas acreditam e que temos que desmenti-los. Muitos também acreditam que o esporte é atividade sem riscos, fato este que deve ser esclarecido. As atividades esportivas podem ter riscos.


QUAL O "MITO NOVO" QUE TEMOS EM RELAÇÃO AO ESPORTE?

 
Que as práticas esportivas de musculação quando associadas com medicamentos vão ocasionar um melhor rendimento, desempenho, destreza e agilidade para aqueles que consomem tais substâncias.


QUAIS SERIAM ESTAS SUBSTÂNCIAS?

Os esteróides androgênicos anabolizantes (vulgarmente chamado de “bombas”) e os energéticos


É GRANDE O CONSUMO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES NO BRASIL?


Existem poucas pesquisas em nosso país sobre o uso de esteróides anabolizantes.

Entretanto, observamos um número crescente de jovens usando esteróides anabolizantes. É só observar, nas ruas, nas academias e nos parques, adolescentes na faixa etária dos 13 aos 15 anos, ostentando corpos de indivíduos mais velhos e muitos deles com desenvolvimento muscular muito acentuado.

Não é difícil saber que um jovem está usando estes produtos, “salta aos olhos”.


O QUE LEVA OS JOVENS AO CONSUMO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES, AS CHAMADAS "BOMBAS"?


A tentação de ganhar músculos rapidamente e um corpo atlético a curto prazo, o ficar mais atraente para as garotas, o querer ficar mais forte frente aos amigos/inimigos, a insatisfação com a aparência física, a baixa auto-estima, a pressão social, o culto exagerado ao corpo que a nossa sociedade tanto valoriza, a falsa aparência saudável e até a perspectiva de se tornar símbolo sexual constituem motivos para o uso/abuso destas drogas.


ESTAS DROGAS SÃO VENDIDAS SEM RECEITUÁRIO?



Infelizmente, no Brasil, estas drogas são vendidas, em farmácias, sem exigência de receita médica, apesar da tarja vermelha “venda sob prescrição médica”.

Nos Estados Unidos há um controle maior nas vendas. O Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria tem lutado para aprovação do Projeto que já foi encaminhado ao Senado solicitando do Governo e do Ministério da Saúde controle por receituário destas substâncias.


O QUE SÃO ESTERÓIDES ANDROGÊNICOS ANABOLIZANTES?


São medicamentos à base de testosterona, hormônio masculino, que agem em muitas partes do corpo produzindo as características secundárias sexuais masculinas: calvície, pêlos no rosto e corpo, voz grossa, maior massa muscular, pele mais grossa e maturidade dos genitais.

Na puberdade (transformações físicas dos adolescentes) produz acne (espinhas), crescimento e aumento do pênis e testículos, fusão da extremidade dos ossos cessando o crescimento em altura.


SENDO MEDICAMENTOS TÃO PERIGOSOS PORQUE NÃO SÃO BANIDOS?


É importante saber que muitos destes medicamentos são indicados para tratar doenças. Entretanto, o uso abusivo para efeitos cosméticos, o uso frívolo e inconseqüente é que traz danos para a saúde.


QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS DESTAS DROGAS NO CORPO DE QUEM AS CONSOME?



Ganho de peso, aumento da massa muscular e óssea (mais nos peitorais e membros superiores), tremores, acne severa, retenção de todos os tipos de líquidos do corpo, virilização, dores nas juntas, aumento da pressão sanguínea, aumento e alteração do colesterol, alterações nas provas de função do fígado, icterícia (tiriça na linguagem popular), alterações várias nos exames de sangue (hemograma), estrias e lesões do aparelho locomotor.


É VERDADE QUE HÁ TAMBÉM UM RISCO DE SE CONTRAIR AIDS?



Sim, muitos jovens, por não terem como adquirir as drogas compartilham seringas com outros quando juntam para comprar e consumir a droga, correndo o risco de se infectarem com o vírus.


QUAIS OS EFEITOS A NÍVEL PSICOLÓGICO, MENTAL E EMOCIONAL DOS ANABOLIZANTES?


O abuso de anabolizantes pode causar variação de humor, agressividade, raiva incontrolável, suicídios, homicídios, sintomas depressivos, ciúme patológico, quadros psiquiátricos, irritabilidade, ilusões, sentimentos de invencibilidade, distração, confusão mental e esquecimentos além de alterações da libido (energia sexual).


QUAIS OS PIORES EFEITOS NO HOMEM?

 

No homem, diminuição ou atrofia do volume testicular (se você recebe doses altas externas o testículos vão deixar de produzir o hormônio testosterona e tendo como resultado disso atrofia do tecido testicular), diminuição da produção de espermatozóides caindo a sua contagem o que pode ocasionar infertilidade, impotência, calvície, desenvolvimento de mamas (muitas vezes só corrigida por cirurgia), dificuldade ou dor para urinar.


QUAIS OS PIORES EFEITOS NAS MULHERES?


Nas mulheres: crescimento de pêlos com distribuição masculina, alterações ou ausência de ciclo menstrual, aumento do clitóris, voz grossa e diminuição de seios (atrofia do tecido das mamas).


QUAIS OS EFEITOS GRAVES NO ADOLESCENTE?


Os jovens desenvolvem as características masculinas rapidamente. Com isso o esqueleto amadurece e fecha as extremidades ósseas precocemente fazendo com que os adolescentes fiquem com baixa estatura e crescimento raquítico.


COMO ESTAS SUBSTÂNCIAS SÃO USADAS PELOS JOVENS?


Usam às vezes isoladas, um só tipo de droga. Outras vezes associam vários produtos, chegando a usar até testosterona de uso veterinário (bovino ou para cavalo). Muitos acrescentam outros produtos como hormônio de crescimento, insulina, analgésicos, diuréticos e outros.


O USO DESTAS SUBSTÂNCIAS VEM ACOMPANHADO DE OUTRAS DROGAS?

Sim. A associação com outras drogas como álcool, tabaco (fumo), maconha e anfetaminas (bolinhas ou “arrebites”) é comum.

ALGUNS JOVENS APESAR DO USO ABUSIVO DESTAS DROGAS SEMPRE SENTEM QUE ESTÃO COM POUCA MUSCULATURA. COMO EXPLICAR?


Tal qual o mecanismo da anorexia nervosa ou psíquica (quando o indivíduo está cada vez mais magro e vê-se gordo) o dismorfismo muscular, também chamado de bigorexia ou vigorexia, faz com que o usuário nunca se satisfaça com seu ganho muscular e acha que está fraco e precisando ganhar mais massa.


QUAL O PARECER DO COMITÊ OLÍMPICO SOBRE ESTAS DROGAS?

Devido aos efeitos colaterais graves o Comitê Olímpico Internacional colocou 20 esteróides anabolizantes e compostos relacionados a eles, como drogas banidas, ficando o atleta que fizer uso deles sujeito a duras penas.


O QUE DEVEMOS INFORMAR AOS NOSSOS ADOLESCENTES?



Torna-se importante alertar que a prática do esporte é importante na adolescência, entretanto, demanda-se tempo para se conseguir um resultado.

O jovem desconhece que há um limite genético para o desenvolvimento muscular que depende da atividade física ordenada e supervisionada, repouso e alimentação orientada e adequada.

Pais, educadores e profissionais da saúde devem sempre questionar valores pré-concebidos de nossa sociedade racionalizando o culto ao corpo e trabalhando o resgate da prudência bem como incentivando as outras habilidades positivas internas que todos nós possuímos, principalmente os jovens que as possuem e não tem consciência desta posse.


E QUANTO AOS ENERGÉTICOS?


Muitos produtos são consumidos pelos adolescentes. Grande parte deles anunciados na mídia com destaque nas vantagens do uso. Entretanto, sabemos que como atestam os especialistas trata-se de propaganda enganosa.


Destacamos que os produtos à base de aminoácidos (menor unidade das proteínas) não são ergogênicos, só ajudando nos casos de dietas alimentares hipoprotéicas e inadequadas. Apesar da promessa de ganho muscular e melhora no desempenho físico o seu efeito prometido não é comprovado pelos especialistas. O excesso de aminoácidos pode levar à sobrecarga renal.


Quanto aos carboidratos (energéticos), apesar da promessa de evitar fadigas em pessoas que praticam atividade física de força prolongada, sabemos que o produto aumenta o nível de glicogênio evitando a queima de músculos quando o estoque de glicose acaba. Se consumido sem orientação, tem o efeito de ganho de peso indesejável.


A creatina (combinação de aminoácidos) mostra, nas propagandas, que melhora a resistência durante o exercício e com desempenho melhor. Entretanto, há divergências entre os especialistas, apesar da maior parte acreditar, mediante alguns resultados de pesquisas, no efeito benéfico deste suplemento. Pode causar hipertensão e cãimbras. A dose recomendada por laboratórios é de 20 mg/dia, enquanto a dose segura é de 2 mg.

Quanto a L-carnitina, não há efeito comprovado no desempenho físico. Não elimina a celulite, nem faz perder a barriga como é anunciado.
Alguns líquidos similares a refrigerantes contêm apenas mistura de açúcares simples e eletrólitos combinados e são vendidos como energéticos. Produtos à base de guaraná são excitantes que contêm cafeína

Núcleo Gerencial do Departamento de Adolescência da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria)
Paulo César Pinho Ribeiro

Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do Feto à Adolescência. (http://www.procrescer.med.br/)