sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Meio ambiente e doenças respiratórias




Quando chega o frio aumentam as doenças respiratórias da infância e adolescência. Na verdade, de todos.

Uma pessoa gripada é fonte de contaminação para os que estão ao redor.

Uns mais outros menos, com o estado geral acometido, calafrios, febre, mal estar, dores pelo corpo, vivem buscando remédios nas farmácias, nos vizinhos, nos serviços de saúde.

Espirros e tosses ecoam pelos ambientes...

...Saúde!

A poluição do ar tem sido um problema de significância mundial, com repercussões crescentes no trato respiratório, ao longo dos anos. O homem fez a revolução industrial, e com ela a piora da qualidade de vida ambiental.

Observa-se um aumento na prevalência de asma e alergias em crianças de países ocidentais, nas últimas décadas, envolvendo a participação de vários fatores ambientais.

Os alérgenos de ácaros domésticos (existentes nos sofás, nas almofadas, nos carpetes, nos tapetes, etc), seguidos por alérgenos de animais domésticos, têm sido apontados como as mais importantes causas de sensibilização precoce, em indivíduos geneticamente susceptíveis.

Os efeitos dos poluentes na função pulmonar são mais observados em indivíduos asmáticos.

Há evidências de que a maior exposição a alérgenos ambientais e a poluentes e irritantes, associados a mudanças na dieta, alterações no padrão de exposição a agentes infecciosos e o uso de antibióticos, tenham favorecido uma maior ocorrência de doenças respiratórias, nos últimos 30 anos.

O que se pode fazer para prevenir contra doenças respiratórias?

A prevenção começa antes da criança nascer. Já no pré-natal é importante a gestante não fazer uso de medicamentos que poderiam sensibilizar o feto dentro do útero.

O uso de cigarros durante a gravidez contribui para nascimentos de recém-nascidos prematuros e de baixo peso, fatores que por si só tornam a criança mais vulnerável a complicações respiratórias tais como bronquiolite, asma, pneumonias.

O uso do leite materno exclusivo até os seis meses de idade protege o lactente contra complicações dos resfriados comuns, tais como os citados acima.

Amamentar é prevenir contra doenças respiratórias.

O uso adequado das vacinas do calendário básico é outro fator importante para evitar doenças respiratórias como o sarampo e a coqueluche, quanto mais graves quanto menor for a criança.

A vacina contra vírus influenza (gripe) tem suas indicações específicas. Deverá ter sua prioridade de aplicação em crianças na faixa etária entre seis meses e cinco anos, nos portadoras de doenças cardíacas, asma grave, diabéticas, anemia falciforme, e outras doenças crônicas debilitantes, e aqueles que têm mais de sessenta anos de idade. É importante esclarecer também que essa vacina não protege contra os resfriados comuns.

Uma boa nutrição é fator fundamental. Crianças desnutridas têm mais pneumonias, infecções de ouvido, sinusites, diarréias. São mais sujeitas a complicações respiratórias graves e internações freqüentes, com as temíveis infecções hospitalares.

Crianças fumantes passivas (que ficam no mesmo ambiente onde o adulto está fumando) diminuem as defesas naturais do trato respiratório, estando mais susceptíveis a problemas alérgicos e infecciosos das vias aéreas superiores (nariz, garganta, ouvidos, seios da face) e inferiores (traquéia, brônquios, pulmões).

A exposição ao ar frio por si só é fator importante para diminuir as defesas naturais do aparelho respiratório. Além disso, com as pessoas em ambientes fechados, mais próximas umas das outras, há maior transmissão de vírus e bactérias para aqueles que estão ao redor.

Os dois extremos da vida, o recém-nascidos e os idosos são idades de risco elevado para aquisição de doenças respiratórias graves, podendo evoluir para o óbito.

Portanto, tanto quanto possível, deve-se evitar o contato de pessoas gripadas nessas faixas de idade.

Aos que já estão gripados deve-se evitar uso desnecessário de medicamentos, principalmente de antibióticos.
 
Evitar contato com as pessoas que ainda não estão gripadas, principalmente nas idades citadas. Deve-se ter uma boa hidratação, boa alimentação, diminuição das atividades físicas tanto quanto possíveis para ajudar o organismo a se restabelecer.
 
Nos casos de complicações das viroses (dificuldade respiratoria, piora do estado geral, etc) deve-se procurar os serviços de saúde disponíveis na comunidade. Nada de automedicação.
 
Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do Feto à Adolescência. (http://www.procrescer.med.br/)