segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Vacinas em prematuros



Recomendações da Associação Brasileira de Imunizações (SBIm - http://www.sbim.org.br/ ) – 2009

VACINAS RECOMENDAÇÕES E CUIDADOS ESPECIAIS

BCG ID (1) Deverá ser aplicada ao nascer em recém-nascidos com peso maior ou igual a 2.000 g.

Hepatite B (2)

Aplicar ao nascer no esquema habitual de três doses (0, 1 e 6 meses).

Naqueles com menos de 33 semanas de gestação e/ou menos de 2000g ao nascimento, aplicar esquema de quatro doses: 0, 1, 2 e 7 meses de vida.

PALIVIZUMAB (3) Durante período de circulação do Vírus Sincicial Respiratório.

Antipneumocócica conjugada (4) Iniciar o mais precocemente possível (aos 2 meses). Respeitando a idade

cronológica (idade de nascimento) : três doses aos 2, 4 e 6 meses e um reforço aos 15 meses.

Influenza (gripe) (5) Respeitando a idade cronológica: duas doses aos 6 e 7 meses.

Poliomielite (6) Utilizar somente vacina inativada IPV em recém nascidos internados na unidade neonatal.

Rotavírus (7) Não utilizar a vacina em ambiente hospitalar.

Tríplice bacteriana (8) Preferencialmente utilizar vacinas acelulares.

As demais vacinas do calendário de vacinação da criança devem ser aplicadas de acordo com a idade cronológica.

PREMATURO

Calendário de Vacinação do Prematuro

Recomendações da Associação Brasileira de Imunizações (Sbim) – 2009

OBSERVAÇÕES

RECÉM-NASCIDO HOSPITALIZADO: Deverá ser vacinado com as vacinas habituais, desde que clinicamente estável.

Evitar o uso de vacinas de vírus vivos: pólio oral e rotavírus.

No caso da vacina contra o rotavírus não administrar antes de 6 semanas de vida.

PROFISIONAIS DE SAÚDE E CUIDADORES

Todos os funcionários da Unidade Neonatal, pais e cuidadores devem ser vacinados contra o influenza e receber uma dose da vacina tríplice acelular do tipo adulto, a fim de evitar a transmissão da Bordetella pertussis (bactéria causadora da coqueluche) ao RN.

VACINAÇÃO EM GESTANTES E PUÉRPERAS

 A imunização da gestante contra o influenza é uma excelente estratégia na prevenção da doença em RNs nos primeiros 6 meses de vida, época que ele ainda não pode receber a vacina.

A prevenção do tétano neonatal não deve ser esquecida, e o momento do puerpério (logo após o parto) é oportuno para receber as vacinas contra doença para as quais a puérpera é suscetível: hepatite B, hepatite A, rubéola, varicela e febre amarela.

COMENTÁRIOS

1) BCG

Poucos estudos mostram eventual diminuição da resposta imune ao BCG em menores de 1.500 g a 2.000 g. Por precaução aguardar 2.000 g ou idade de 1 mês para vacinar.

2) HEPATITE B

Os RN de mães portadoras do vírus B deve receber ao nascer, além da vacina, imunoglobulina específica para Hepatite B (HBIG) na dose de 0,5 ml via intramuscular até no máximo 7 dias de vida.

Devido à menor resposta à vacina  em bebês nascidos com IG (idade gestacional) menor do que  33 semanas e/ou com menos de 2.000 g, desconsidera-se a primeira dose e aplicam-se mais trê doses (esquema 0, 1, 2 e a última dose de seis a 12 meses após  primeira dose).

3) PALIVIZUMAB

Não se trata de uma vacina, mas de imunização passiva com anticorpo monoclonal contra o vírus sincicial respiratório, indicado para o pré-termo de risco, nos meses de maior circulação do mesmo (março a setembro).

É altamente recomendado para prematuros com idade gestacional menor de 28 semanas com até 1 ano de idade, e para RN com displasia broncopulmonar e cardiopatas em tratamento clínico nos últimos seis meses com até 2 anos de idade.

É recomendado para os demais prematuros até o sexto mês de vida, especialmente para aqueles com idade gestacional de 29 a 32 semanas, ou maiores de 32 semanas que apresentem dois ou mais fatores de risco: criança institucionalizada, irmão em idade escolar, poluição ambiental, anomalias congênitas de vias aéreas e doenças neuromusculares severas.

Emprega-se a dose habitual de 15 mg/kg de peso, em cinco doses mensais consecutivas, aplicadas por via intramuscular.

4) ANTIPNEUMOCÓCICA CONJUGADA

Recém-nascidos pré-termos e de baixo peso apresentam maior incidência de doença invasiva pneumocócica, sendo que o risco aumenta quanto menor a idade gestacional e o peso de nascimento.

5) INFLUENZA (GRIPE)

A indicação rotineira da vacina contra o influenza em lactentes de 6 a 23 meses, nos prematuros, é reforçada, pois estes apresentam maior morbidade e mortalidade pelo vírus. Deve-se sempre respeitar a

sazonalidade (época do ano)  da doença.

6) POLIOMIELITE (PARALISIA INFANTIL)

Devido ao risco teórico de disseminação do vírus vacinal em uma população de imunodeprimidos (UTI

neonatal) o uso da vacina oral está contra-indicado enquanto o RN permanecer no berçário.

7) ROTAVÍRUS

 Por se tratar de vacinas de vírus vivos atenuados, a imunização contra o rotavírus só deve ser

realizada após a alta hospitalar, respeitando-se a idade limite para administração da primeira dose.

8) TRÍPLICE BACTERIANA

A utilização de vacinas acelulares reduz o risco de apnéias e episódios convulsivos pós aplicação da vacina tríplice bacteriana.

DEMAIS VACINAS

O calendário infantil deve ser seguido de acordo com a idade cronológica. A resposta imune às demais vacinas pode ser menor, mas em geral atinge níveis satisfatórios de proteção.

CLÍNICA INFANTO-JUVENIL PRÓ-CRESCER: DO FETO À ADOLESCÊNCIA (http://www.procrescer.med.br/)