quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Morte súbita em lactentes
Imagine que após alimentar, banhar seu bebê, e deixá-lo em seu berço dormindo, uma mãe é surpreendida ao encontrá-lo imóvel, sem movimentos respiratórios ou batimentos cardíacos. Morto.
Bebês aparentemente saudáveis sem intercorrências importantes, podem ser vítimas de tal patologia.
Trata-se da Síndrome da Morte Súbita, causa de morte mais comum em criança de um mês a um ano de idade, na maioria dos países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, é responsável por 3000 óbitos anualmente. É rara antes de quatro semanas, e menos comum após os seis meses de vida.
A síndrome pode ser definida a morte súbita de uma criança de menos de um ano de idade aparentemente normal, que permanece sem explicação após revisão cuidadosa de história clínica, necropsia (exame pós morte) e da cena da morte.
A causa é desconhecida, porém existem fatores de risco associados e que podem ser controlados:
1) dormir de barriga para baixo;
2) dormir em superfície macia;
3) mãe fumante durante a gravidez;
4) superaquecimento (quantidade de roupa ou mantos em uso pela criança, temperatura do quarto e estação do ano – mais comum no inverno);
5) início tardio de pré-natal ou ausência do mesmo;
6) mãe jovem, prematuridade e/ou baixo peso ao nascer e sexo masculino;
7) raça negra e índios americanos teriam uma maior incidência;
8) pode ser precedido por infecções respiratórias sem importância.
Dormir “de barriga para baixo” é o fator de risco mais importante.
Observou-se que a maioria das crianças se encontrava em decúbito ventral (de barriga para baixo) no momento do óbito. A partir destas investigações a Academia Americana de Pediatria, em 1992 divulgou suas recomendações e iniciou uma campanha nacional, hoje mundial, visando à mudança de posição de dormir, alertando contra dormir de barriga para baixo.
No Brasil existem poucos dados sobre a incidência desta síndrome, o que não significa que não ocorra. A alta taxa de mortalidade infantil por outras causas e a falta de realização de necrópsia (exame pós morte) podem justificar este fato.
A incidência desta Síndrome no mundo tem diminuído drasticamente (50% ou mais em alguns países), após a orientação de não se colocar os bebês para dormir “de barriga para baixo”. Esta informação deve ser disseminada entre os profissionais de saúde e toda a comunidade para que cada vez mais mães e pessoas responsáveis pelo cuidado dos bebês mantenham-no em decúbito dorsal (barriga para cima) para dormir.
Outros recomendações devem ser observadas:
- Não utilizar colchões depressíveis, travesseiros moles, cobertas ou roupas de cama macias;
- Evitar o superaquecimento da criança;
- Não colocar o bebê para dormir junto aos adultos, em sua cama ou sofá;
- Gestantes devem evitar o uso de cigarro durante a gravidez e após o nascimento do bebê.
Portanto, bebês não devem ser colocados para dormir “de barriga para baixo”.
A posição mais segura para o seu bebê dormir é o decúbito dorsal ou seja “de barriga para cima”.
Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do Feto à Adolescência. (http://www.procrescer.med.br/)