quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Meningite: como prevenir?





O QUE É MENINGITE?

Vários órgãos internos do corpo humano são envolvidos por membranas. O coração pelo pericárdio. Quando inflamado recebe o nome de pericardite. Os pulmões pela pleura. Quando inflamam recebem o nome de pleurite. Os órgãos do abdomem são recobertos pelo peritônio. Quando inflamado recebe o nome de peritonite.

A terminação ite, em medicina, quer dizer um processo inflamatório (sem a presença de um agente causal, seja bactéria ou vírus, ou outros) e/ou infeccioso associado (onde há presença do agente causal, qualquer um dos citados). Exemplos: amigdalite (quando as amígdalas estão inflamadas e/ou com Infecção associada), hepatites (o fígado), apendicite (o apêndice), etc.

Meninges são membranas que envolvem o sistema nervoso central. O cérebro. Assim, quando inflamadas , recebem o nome de meningite.

AS REPERCUSSÕES DA DOENÇA

O próprio som da palavra meningite gera medo. Lembra um prognóstico sombrio. Lembra a morte. As pessoas ficam com o semblante sério, expressando medo e tristeza.

Meningite lembra também algo que pega, e rápido. Outros poderão ser afetados. É sinônimo de correrias de mães até as escolas (e das crianças dessas), aos postos de saúde, aos consultórios. É sinônimo também de divulgação nas primeiras páginas da imprensa.

As epidemias que cravaram o país em recente passado estão em nosso inconsciente popular. A tal da meningococcemia. O que é isso?

AS CAUSAS

O que causa meningite? Qual sua frequência esperada em determinada população? Há maior incidência em certas épocas do ano? Existem algumas pessoas que são mais susceptíveis a ter meningite em relação a outras?

Há como prevenir um surto?

Realmente é uma doença grave a ponto de justificar o adágio popular de que quando não mata aleija? E quando já acontecer um caso na escola, ou na creche, o que fazer? Como prevenir os contatos? Deve-se vacinar as crianças mesmo fora da época de surtos?

Qualquer agente etiológico (vírus, bactéria, fungos, outros parasitas) pode, a princípio, atingir as meninges e causar meningite. No entanto, na infância, alguns agentes predominam. Entre eles, os vírus e as bactérias.

O vírus do caxumba, por exemplo, é um dos mais frequentes agentes de meningite. Entre as bactérias predominam o Haemophilus , o pneumococo e o meningococo (causador da temível meningococcemia).

Esses agentes habitualmente atingem as meninges através da corrente sanguínea, a partir de Infecções banais das vias aéreas superiores.

A meningite bacteriana continua sendo, ainda nos tempos atuais, uma das mais temidas dentre as Infecções agudas da infância.

Noventa por cento dos casos ocorrem em crianças entre as idades de um mês e cinco anos; sendo que os lactentes com idade entre seis e doze meses os de maior risco.

As taxas de letalidade e mortalidade mantém-se inalteradas nos últimos anos, apesar do uso de potentes antimicrobianos. Portanto, é uma doença grave. Uma emergência médica. A meningite bacteriana não diagnosticada e não tratada é tão fatal atualmente quanto na era pré-antibiótica.

A TRANSMISSÃO

A transmissão ocorre através do contato direto com gotículas respiratórias. Nos meses mais frios do ano ocorre um aumento da incidência da doença, provavelmente pelo confinamento maior da população (as pessoas ficam mais próximas umas das outras) e pelo maior número de doenças respiratórias que facilitam a transmissão.

AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As manifestações clínicas apresentadas pela criança com meningite são diferentes conforme a idade. Dor de cabeça, vômitos, febre e confusão mental são característicos nas crianças maiores.

Nos recém-nascidos e lactentes os sinais e sintomas são inespecíficos, podendo aparecer também em outras doenças. A suspeita clínica por parte do profissional que atende a criança é de fundamental importância.

COMO PREVENIR

A arma mais potente contra os principais agentes causadores das meningites é a prevenção pelas vacinas. As vacinas deverão ser dadas a partir dos 2 meses de idade, e não se deve esperar surtos para vacinar as crianças.

Quando houver algum caso em escolas ou creches cada situação deverá ser analisada pelo médico no intuito de usar ou não medicamentos nos contatos. Nessas situações não se deve usar vacinas e sim medicamentos.

As vacinas são distribuídas na Rede Pública e também estão distribuídas na Rede Privada (consultórios e clínicas)


PROGNÓSTICO


Os fatores que contribuem para um melhor prognóstico, sem seqüelas na criança afetada são: idade, estado nutricional e vacinal prévio, precocidade do diagnóstico e instituição rápida dos medicamentos necessários.

Portanto, nem todas crianças que tiveram a doença terão seqüelas como surdez, paralisia cerebral ou déficit intelectual. É uma doença muito grave. Porém,  se tratada a tempo, há grandes chances de um bom prognóstico.


Clínica Infanto-Juvenil Pró-Crescer: Do feto à Adolescência (http://www.procrescer.med.br/)