domingo, 1 de novembro de 2009

Meu filho não dorme:muito menos eu!...


Cena 1 : Três horas da madrugada, com a mãe no quarto, fazendo seu filho dormir, tendo que se levantar às seis horas da manhã para trabalhar, com o marido roncando no quarto ao lado: ___ Boi, boi, boi... boi da cara preta... pega esse menino que tem medo de careta... boi, boi, boi... que tem medo de ca... dorme seu pestinha! Não agüento mais! ... Meus Deus, me acuda, esse menino não dorme!...

Cena 2 : Duas mães conversando no supermercado. Uma sorridente, bem disposta, com o filho no carrinho da mesma idade que o seu. A outra, morrendo de inveja, com olheiras fundas e ombros caídos, ouvindo, embasbacada: __ Graças a Deus meu filho não tem esse problema! Dorme a noiite toda, de uma estirada só. É bater na cama e dormir. É só deixar ligada a televisão do quarto e ele pega no sono. É uma beleza!... Maravilha! Dou graças a Deus!...

INSÔNIA INFANTIL – É um problema mundial. Atinge cerca de trinta e cinco por cento das crianças abaixo de cinco anos de idade. As crianças desencadeiam uma batalha na hora de dormir ou acordam várias vezes durante a noite. Têm sono superficial (qualquer ruído a desperta). Dorme menos horas do que o habitual para a idade. Reviram na cama, choram, pedem água, leite, dormem um pouquinho, acordam de novo. Uma, duas, três... até dez vezes durante a madrugada! São crianças totalmente normais do ponto de vista psíquico e físico.

CONSEQUÊNCIAS DA INSÔNIA EM LACTENTES E CRIANÇAS PEQUENAS – Choro fácil. Irritabilidade, mau humor. Falta de atenção. Dependência de quem cuida dela. Possíveis problemas de crescimento (o hormônio do crescimento é produzido durante o sono)

CONSEQUÊNCIAS PARA CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR – Fracasso na escola. Insegurança. Timidez. Mau humor. Dificuldade de relacionamento com as outras crianças. Segregação. Sentimento de menos valia. Solidão.

CONSEQUÊNCIAS PARA OS PAIS – A vida conjugal vira um inferno silencioso. Insegurança. Sentimentos de culpa. Acusações mútuas de mimar demais a criança. Frustração diante da situação. Sensação de impotência e fracasso. Cansaço.

O LIMITE DOS CINCO ANOS – Uma criança que aos cinco anos não superou seu problema de insônia tem mais probabilidade de apresentar distúrbios de sono pelo resto da vida do que outra que já dorme bem. Terão medo de ir para a cama. Pesadelos. Sonambulismo... e, a partir da adolescência, insônia pelo resto da vida.


RELÓGIO BIOLÓGICO - O recém-nascido dorme o necessário. Nem mais nem menos do que ele precisa. Ele dorme à sua maneira. Não distingue o dia da noite. Seu estado natural é o do sono. Em média, um recém-nascido dorme dezesseis horas por dia, embora alguns possam chegar a vinte e outros não ir além das quatorze.


AOS TRÊS MESES – Começa a contagem regressiva. A partir dessa idade o bebê começa a mudar o ritmo biológico. Muda os períodos de três a quatro horas para o de 24 horas, prolongando aos poucos seus períodos de sono noturno.

DOS SEIS MESES EM DIANTE – Dormirá menos horas durante o dia, tendo um período mais ou menos longo de sono noturno. Qual o normal para uma criança de 6-7 meses? Ritmo de alimentação e sono bem estabelecido. Quatro refeições durante o dia e 11-12 horas de sono noturno. Ir para cama sem chorar, contente, e despedir-se dos pais com alegria.


A IMPORTÂNCIA DA SESTA – Sesta significa repouso após o almoço. A sesta de depois do almoço costuma ser suprimida entre os três anos e três anos e meio, sobretudo por necessidades escolares. Isto pode ser prejudicial, pois à noite a criança vai para a cama com muito mais sono e dorme muito mais profundamente, propiciando episódios de sonambulismo e terrores noturnos. O recomendável é não suprimir a sesta até os quatro anos de idade ou mais.


Seu filho não faz isso? ... Então será preciso reeducar seu hábito de sono. Como faze-lo?

Fonte e livro recomendado: Nana, Nenê – Como resolver o problema da insônia do seu filho. Eduard Estivill e Sylvia de Béjar.

Editora Martins Fontes.