segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Meu filho não come





Essa é uma preocupação constante dos pais, um dia sim e outro também. Na realidade, as crianças nunca comem o que os pais gostariam que elas comessem. Em quase todas as idades. Somente abaixo de um ano, quando a criança tem uma dependência muito grande dos pais, essa satisfação é completa. As mães ficam sorridentes vendo seus filhos esvaziarem um pratinho todo. Mesmo que no futuro reclamem de uma possível obesidade!

Por que as crianças comem menos entre os 2 e 6 anos de idade?

DIMINUIÇÃO DO CRESCIMENTO

No primeiro ano de vida a criança ganha cerca de 25 centímetros de altura. Quando inicia o segundo ano esse ritmo diminui, caindo para cerca de 12 centímetros por ano. Dos 3 anos 6 anos crescem em media 5 a 7 centímetros por ano. Em conseqüência há uma menor necessidade de energia e de nutrientes, o que acaba refletindo diretamente no apetite da criança.

AUMENTO DA INDEPENDÊNCIA

No segundo ano de vida a criança começa a andar. A cortar o cordão umbilical em relação à mãe. É muito mais interessante para a criança explorar o ambiente em volta, constantemente cheio de novidades para ela, do que ficar assentada, quietinha, de uma maneira monótona e repetitiva, mastigando alimentos. Na visão da criança isso é para adultos enfastiados, já conhecedores do mundo ao redor. Mas para ela não. Tudo é novidade. Cores, barulhos, brincadeiras interrompidas, pensamentos mágicos, pessoas, , etc, etc. Tudo é mais interessante do que comer. Por isso as dificuldades de fazer a criança comer todo o pratinho, da mesma maneira que o fazia quando tinha menos de 1 ano de idade.

CHANTAGENS

É muito comum a mãe fazer chantagens com a criança para ver se ela alimenta melhor. Se comer tudo a sobremesa será aquele doce que você queria. Coma tudo que a mamãe traz um presente. E assim vai. A criança começa a perceber que o momento da alimentação é o momento ideal para conseguir realizar seus desejos. E fica com os pais na mão. Recusa isso, recusa aquilo, para ver se consegue outras prendas. E tudo isso ensinado pelas próprias mães. Um prato cheio para as manipulações. O alimento passa a ter uma outra função na cabecinha da criança. Impor suas vontades.

HÁBITOS ALIMENTARES
 
A formação dos hábitos alimentares começa aos seis meses de idade, quando novos alimentos são introduzidos, complementando o aleitamento materno. É quando a criança começa a conhecer novos sabores e as texturas dos alimentos. Os pais devem ter muita paciência para ensinar seus filhos a terem bons hábitos.


RIGOR COM HORÁRIOS 

O rigor com horários na hora da alimentação pode causar aversão aos alimentos. Os adultos têm seus horários para tudo. São mundos diferentes que se encontram. A criança com o tempo todo do mundo, e os adultos vivendo como se o melhor dos mundos fossem os finais de semana para descanso. Devendo correr para fazer tudo, passar rapidinho para o maravilhoso final de semana chegar! Procure chamar a criança para participar das escolhas dos seus alimentos. Ela se sentirá mais feliz e passará a contribuir mais, alimentando-se melhor.

NÃO ENGANE AS CRIANÇAS

Tentar disfarçar os sabores dos alimentos falando que é isso ou aquilo só atrapalha. É importante ela saber que alface é alface, que tomate é tomate. Só assim ela poderá aprender associar os sabores com os alimentos certos. Chamar couve-flor de árvore só vai confundir a criança!

PROIBIÇÃO DE DOCES 

Proibir as crianças de comer doces, chocolates, balas, é querer o impossível. Todos esses sabores são maravilhosos e estão a vista nas padarias, carrinhos de picolé, cantinas de escolas, na televisão. Fazem parte da infância! E impossível viver sem eles. Então, relaxe. Procure apenas organizar alguns limites, ensinando a criança sobre a importância de alimentar-se com os vários grupos alimentares diferentes durante todo o dia, e não somente com refrigerantes, balas, bombons, etc.

TELEVISÃO E COMPUTADORES 

Não deixe seus filhos comerem diante da televisão ligada ou de computadores. Sua atenção será desviada. E facilmente ela se esquecerá que deveria estar comendo. Ela não prestará atenção aos sabores, cheiros e coloridos diferentes dos alimentos. Alem disso o assistir televisão diminui o convívio familiar, fator importante para formar bons hábitos alimentares.

BEBIDAS 

Geralmente as crianças têm preferência por bebidas. Use essas preparações no lanche da tarde. Elabore bebidas nutritivas com leite integral, frutas, cereais e mel. Evite dar líquidos para a criança durante as principais refeições. Ela vai preferir tomar o líquido do que mastigar os alimentos, interferindo nas aceitações dos mesmos.

LANCHE NAS ESCOLAS 

Se seu filho alimenta nas escolas, procure conhecer o cardápio oferecido pelas mesmas. É variado? É nutritivo? O momento da alimentação é utilizado para o ensino a respeito dos nutrientes? Há alguém especializado em nutrição orientando a escola onde seu filho estuda? Ou não há uma preocupação formal a respeito desse tema? Alimentar-se bem é uma arte e ciência. Quando não é visto dessa maneira surgem as principais dificuldades citadas acima, influenciando no crescimento e desenvolvimento infantis.

VITAMINAS PARA ABRIR O APETITE

Os suplementos vitamínicos e minerais não devem ser utilizados como estimulantes do apetite. Não tem essa finalidade. Eles só são recomendados quando as crianças apresentam algum tipo de deficiência e quando indicados apenas pelo pediatra.

QUANDO PROCURAR O PEDIATRA 

Se a falta de apetite de seu filho está afetando o crescimento do mesmo é hora de procurar o pediatra de sua confiança. Cabe somente a ele fazer o diagnóstico diferencial entre as alterações naturais do apetite nas várias faixas etárias e as várias doenças agudas ou crônicas que podem causar ou ser conseqüências de uma baixa ingestão alimentar.

Fontes:  Publicação da Tetra Pak sobre saúde e alimentação infantil – ano 2 – numero 4.
             Clínica Infanto Juvenil Pró-Crescer: Do Feto à Adolescência (www.procrescer.med.br