quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Obesidade infanto-juvenil





A DIMENSÃO DO PROBLEMA

Nos últimos anos a obesidade foi uma das distrofias nutricionais que mais mereceram a atenção dos pesquisadores em todo mundo. Houve um aumento significativo de sua freqüência tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.

A obesidade apresenta inúmeras implicações de natureza social, psicológica e orgânica. São muitos os estudos comprovando as estreitas ligações da obesidade infantil com doenças da vida adulta como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares, sendo, por esses motivos, cada vez mais importante sua prevenção e tratamento em idades mis precoces.

Quatro em cada 10 brasileiros estão acima do peso. O problema atinge cerca de 70 milhões de pessoas no País e, segundo o Consenso Latino Americano em Obesidade, é uma das maiores preocupações em saúde pública.

Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), a obesidade infantil cresceu 240% no Brasil, nas duas últimas décadas.



O QUE É OBESIDADE?



Define-se obesidade como o acúmulo de tecido adiposo. Sabe-se, entretanto, que a medida precisa da quantidade de tecido adiposo em um organismo vivo é extremamente difícil, por apresentar variações relacionadas com a idade, sexo e estatura do indivíduo.

O Índice de Massa Corpórea (IMC) é considerado como o mais fidedigno nos estudos realizados em crianças e adultos, tendo sido desenvolvidos gráficos para ambos os sexos, com as variações distribuídas em percentis. Define-se como obesa a criança cujo Índice de Massa Corpórea (IMC) ultrapassar o percentil 97,5 correspondente à sua idade.



QUAIS SÃO AS CAUSAS DA OBESIDADE?



Existem inúmeros fatores que atuam na origem da obesidade, com muitas controvérsias a respeito. Estão envolvidos fatores genéticos e ambientais. Para que exista a expressão da hereditariedade é necessária a presença de fatores ambientais para iniciar e manter a criança obesa.

Antes de 1960, era normal que crianças brincassem fora de casa de três a mais horas por dia. Além disso, andar a pé ou de bicicleta vários quilômetros por dia (exemplo, para a escola) fazia parte da vida normal. Nos últimos trinta anos, a atividade física entre as crianças diminuiu dramaticamente. Paralelamente, houve um aumento substancial da obesidade infantil nos últimos anos.

O acúmulo de tecido adiposo ocorrerá sempre que houver desequilíbrio no balanço energético, representado pela relação entre a ingestão e o consumo de energia. Assim, dois mecanismos podem contribuir para o surgimento da obesidade, quais sejam: o excesso de oferta e a diminuição do gasto energético.

Em crianças, a maior oferta calórica atua como principal fator de desequilíbrio na gênese da obesidade. Come-se mais do que o organismo necessita.Pior. Come-se errado!

São inúmeros os fatores psicossociais que também propiciam o desenvolvimento da obesidade infantil. O estilo de vida urbano favorece o sedentarismo, seja pela falta de espaços apropriados para a prática de atividades esportivas, seja pelo receio de enfrentar a violência das ruas.

A maior parte de nossas crianças passa a grande parte de seu tempo em frente aos aparelhos de televisão, atividade que gasta menos energia do que o repouso e, o que é pior, favorece o consumo de alimentos. Acrescente-se o fato de que 40% dos comerciais de TV em horários infantis veiculam produtos alimentares.

Quanto aos fatores psicoemocinais deve-se salientar que o ato de comer, para as crianças obesas, é uma fonte de grande prazer, representando o consolo para as frustrações da vida diária.

Portanto, o que se considera atualmente é que a obesidade é uma doença decorrente de múltiplas causas. Há fatores de ordem genética (filhos de pais obesos têm maior probabilidade de serem obesos), metabólica (crianças diferentes podem ter maneiras diferentes de digerir e transformar os nutrientes em tecido adiposo), psicossocial e cultural. Não se admite mais a imagem pejorativa de um glutão voraz e inativo desenvolvida no passado.



CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE



A obesidade do adulto encontra-se diretamente relacionada a inúmeros fatores de risco para doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, diabetes e hiperlipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos). Os estudos atuais mostraram que essas alterações se encontram presentes também na criança obesa.

A obesidade é um dos mais importantes fatores determinantes da pressão arterial elevada na infância. Quanto maior a massa corpórea da criança maior os níveis pressóricos medidos.

Sabe-se que a arterioesclerose se inicia precocemente na criança obesa. Há diminuição do HDL (“Bom colesterol”), fator que está diretamente relacionado com aumento do risco de doença isquêmica coronariana do adulto (levando ao infarto agudo do miocárdio.)

Além desses fatores é sabido que a obesidade em crianças está relacionada a hiperinsulinemia (aumento da insulina), cuja manutenção prolongada se associa a um conjunto de sinais e sintomas relacionados com aumento de resistência a insulina. Há desenvolvimento de hipertensão arterial, hiperlipidemia, arteriosclerose e diabetes melito tipo II.

As crianças obesas apresentam-se, geralmente, mais altas do que seus pares não-obesos; têm idade óssea geralmente mais elevada e apresentam o estirão da adolescência mais precocemente, o mesmo acontecendo com sua maturação sexual. No entanto, sua estatura final é semelhante às crianças não obesas.

As crianças obesas são também vítimas freqüentes de alterações ortopédicas, dentre elas o deslizamento da cabeça do fêmur, que acontece principalmente em adolescentes do sexo masculino, estando a obesidade presente em 50% destes casos.

As alterações dermatológicas como estrias e infecções micóticas recorrentes são também freqüentes nestes pacientes.

O modelo de beleza constantemente divulgado pela mídia é o indivíduo magro, sendo o obeso alvo freqüente de discriminações por parte dos seus companheiros, desde idades muito precoces. Os pequenos obesos são freqüentemente chamados de estúpidos, glutões e preguiçosos.

Além disso, sabe-se que a imagem corpórea, no imaginário, forma-se em idades muito precoces, sendo freqüente a presença de baixa estima entre os indivíduos obesos que acabaria atuando como fator reativador da própria obesidade.



DIAGNOSTICO DIFERENCIAL



Cerca de 95% dos diagnósticos de obesidade em Pediatria são decorrentes da obesidade exógena, isto é, dependentes de fatores do meio ambiente para se expressar no indivíduo. Portanto, são poucos os casos que necessitam de maiores investigações para seu diagnóstico.

Sabe-se que a obesidade exógena se acompanha, na maioria das vezes, de estatura elevada, inclusive com aumento da idade óssea. Assim, pensa-se na possibilidade de envolvimento de outras doenças, sempre que a criança obesa se apresentar com baixa estatura.



FATORES DE RISCO PARA A OBESIDADE



Existem inúmeros fatores de risco relacionado à obesidade infantil; dentre eles o nível de instrução dos pais, sua idade (sendo a obesidade tanto mais freqüente quanto maior a idade destes), o tamanho da família (encontram-se mais obesos entre as famílias com um único filho), o desmame precoce e as famílias de pais separados.

Os fatores de risco mais importantes são: a presença de obesidade na família e o peso anterior da criança. Cerca de 80% das crianças obesas têm pelo menos um dos pais obesos e que a melhor forma de predizer o peso de uma criança é o conhecimento do seu peso anterior, ou seja, lactentes obesos têm mais chance de se tornar pré-escolares obesos, estes por sua vez terão mais chance de ser escolares obesos, e assim por diante, até a idade adulta.



TRATAMENTO DA OBESIDADE INFANTIL E ACOMPANHAMENTO




O padrão de beleza dos nossos dias é o indivíduo magro, sendo cada vez mais descritos casos de crianças que se apresentam subnutridas, inclusive com alterações de estatura, por incorrerem em restrições dietéticas desnecessárias, pelo medo de se tornarem obesas ou por se auto-avaliarem dessa maneira.

O objetivo do tratamento da criança obesa não é enquadra-la nos padrões de beleza atuais. O tratamento da criança obesa deve visar á redução da relação entre o peso e a estatura para valores abaixo de 120% (ou seja, não obeso), sem, contudo, alterar a velocidade de crescimento da criança.

Na maioria dos casos de obesidade leve ou moderada, o objetivo está na diminuição do ganho de peso e não propriamente na redução do peso, uma vez que, estando a criança em crescimento, haverá normalização natural da relação peso para estatura.

A abordagem da criança obesa tem como objetivo final a mudança do estilo de vida da família, sendo fundamental sua participação durante o processo.

O tratamento da criança obesa deve basear-se em quarto pilares: 1) motivação; 2) orientação dietética; 3) atividade física e 4) apoio psicossocial.



1) MOTIVAÇÃO



A principal forma de motivação está na orientação. Os riscos da obesidade devem ser informados e compreendidos pela criança e pelos familiares de forma clara.

Há vantagens em se iniciar o tratamento na fase de crescimento, o que facilita a normalização dos parâmetros de peso, e também pelo fato de esta ser a idade em que as alterações comportamentais relacionadas à origem da obesidade ainda não se estabelecerem completamente.

É fundamental o vínculo da família ao serviço e o estabelecimento de um período de acompanhamento com retornos em curto espaço de tempo, para que a abordagem seja feita de forma adequada.



2) ORIENTAÇÕES DIETÉTICAS



O tratamento dietético para a perda do tecido adiposo tem como objetivos:

- Adequação de ingestão alimentar, que deve ser suficiente para promover o bom crescimento e desenvolvimento da criança

- Recomendações de dietas flexíveis, pois dietas muito rígidas mostram-se ineficientes, trazendo prejuízo ao crescimento e ao desenvolvimento da criança, menor adesão ao tratamento e maior angústia no caso de insucesso;

- Além da composição da dieta, deve-se adequar a consistência da alimentação, número e horário das refeições, local e administração das refeições, faixa de idade da criança;

- As refeições deverão ser realizadas em um ambiente calmo, com a participação dos demais familiares, o que facilita a socialização da criança, e, sempre que possível, em horários que não sejam prejudicados por outras atividades como escola, prática de esportes, etc

- Especial atenção deve ser dada à quantidade de alimentos oferecidos, para que seja suficiente, mas não ultrapasse as necessidades da criança, evitando-se a utilização de pratos prontos que, muitas vezes, apresentam uma quantidade maior do que necessária e acabam por ser ingeridos quase que por inércia;

- Deve-se dar preferência para os alimentos cozidos, grelhados ou assados ao invés de frituras, ao molho de tomate ao invés do molho branco, além de pequenas quantidades de gordura;

- Não se aconselha a orientação de dietas especiais para a criança, pois essas poderão ser encardas como punição e não contribuem para o objetivo final do tratamento, que é a mudança do padrão alimentar do núcleo familiar;

- As restrições e as preferências da criança devem ser respeitadas, pois, acima de tudo, é preciso que a criança sinta prazer em se alimentar;

- Restringem-se líquidos às refeições;

- É necessário diminuir o consumo de alimentos altamente calóricos como frituras, massas com cremes, doces e refrigerantes;

- Aumento do consumo de fibras, por serem menos calóricas, aumentarem a saciedade e auxiliarem na prevenção do aumento do colesterol. Esses alimentos deverão ser ingeridos no início das refeições para que a criança se sinta saciada, diminuindo a ingestão dos outros alimentos mais ricos em calorias;

- Os alimentos dietéticos não devem ser ingeridos, pois, embora tenham menor valor calórico, favorece a ingestão de grandes quantidades e não contribuem para a mudança do comportamento alimentar;

- A maior fonte calórica deve ser procedente de carboidratos complexos, como cereais, leguminosas, raízes, tubérculos e frutas, evitando-se os alimentos à base de sacarose;

- Às refeições: usar prato pequeno, sentar à mesa; não fazer outra atividade concomitante, principalmente assistir televisão;

- A dieta deve ser constituída por 60% de hidratos de carbono, 30% de lipídios e 10 a 15% d e proteínas;

- Os lípides poliinsaturados devem ser os preferidos na alimentação como os derivados de peixes e frutos do mar, óleos vegetais, como os de soja, girassol, canola e milho. ‘

- As proteínas são vitais para o crescimento e o desenvolvimento do organismo, sendo as principais fontes: carnes, ovos, leite e derivados e leguminosas. Os alimentos fontes de proteínas podem conter maior oferta calórica, devido ao alto teor em lipídeos, como carnes de porco, embutidos e aves com pele, que devem ser restritos.

- É fundamental a mudança de comportamento alimentar da família: as refeições devem ser feitas à mesa; deve ser dada a atenção ao alimento digerido, que deve ser saboreado lenta e prazerosamente (o que facilita a saciedade e desestimula a compulsão);

- Os talheres devem ser depositados sobre a mesa ao final de cada porção, evitando segura-los o tempo todo, do início ao final da refeição;

- A preferência por alimentos com alto grau de saciedade e baixo valor calórico, como as saladas e legumes, devem ser ingeridos no início das refeições, de forma harmoniosa, e não como o “castigo nosso de cada dia”;

- A ingestão de alimentos com alto valor calórico devem ser ingeridos no final da refeição;

- Deve-se desestimular as atividades sedentárias, principalmente a televisão;



3) ATIVIDADE FÍSICA



- O aumento da atividade física é uma importante ferramenta no tratamento da obesidade, atuando não apenas na perda inicial do peso, mas principalmente na manutenção deste.

- O estímulo da atividade física deve basear-se no estilo de vida familiar, sendo mais aconselhável a criação de uma rotina diária e regular de exercícios, do que a prática de esportes extenuantes em poucos períodos da semana, o que, em muitos casos, resulta no aumento do apetite e na maior diminuição da atividade física nos dias subseqüentes;

- Para as crianças e adolescentes indica-se a caminhada diária por um período de 30 minutos;

- Muitas crianças obesas apresentam mudança importante no estilo de vida após a perda de peso, tornando-se mais expansivas e afeitas às práticas esportivas;

- O aumento da atividade física deve ser estimulado também como mudança do comportamento da criança na sua rotina de vida. Dá-se preferência às escadas ao invés dos elevadores, a marcha ao invés do ônibus, o caminho mais longo ao invés do mais curto.



4) APOIO PSICOSSOCIAL



Prescrições dietéticas impessoais, sem a individualização da criança no seu contexto social, estão fadadas ao insucesso e, o que é pior, podem representar a primeira frustração e um desestímulo para a criança na resolução do seu problema da obesidade.

Mudanças no estilo de vida são difíceis. Se não houver o envolvimento de toda família na abordagem da criança obesa, não haverá possibilidade de mudanças. O apoio emocional é fundamental.

O ideal é o envolvimento de uma equipe multidisciplinar, com o pediatra, o nutricionista, o psicólogo e o educador físico.



EVOLUÇÃO DA OBESIDADE



Os estudos atuais, baseados na participação da família no tratamento da obesidade, aliado a novas técnicas, têm demonstrado resultados animadores.

As técnicas de tratamento atuais incluem a participação ideal de uma equipe multidisciplinar composta pelo pediatra, nutricionista, psicólogo e educador físico.

A aderência da criança e da família à equipe é fundamental, pois o tratamento geralmente é em longo prazo. As noções de tempo não são claramente entendidas pelas crianças e pelos adolescentes e, portanto, não se deve apontar apenas os riscos futuros da obesidade, e sim avaliar as implicações atuais, ou seja, as conseqüências do excesso de peso que estão incomodando no momento.

Utiliza-se, em pediatria, uma dieta baseada nos sinais de trânsito, sendo que os alimentos acima de 20 calorias são considerados os alimentos vermelhos; os chamados alimentos dietéticos, em torno de 20 calorias por porção, são chamados alimentos amarelos, e verdes, os de menor valor calórico.

É consenso atual que 30% das crianças obesas se transformarão em adultos obesos, sendo que estas crianças têm um risco de duas a seis vezes maior de obesidade na idade adulta do que seus pares não obesos. Este risco será tanto maior quanto mais velha for a criança, mais intensa for a obesidade e quando esta distrofia estiver presente também em seis pais.

O adulto cuja obesidade iniciou-se na infância apresenta pior prognóstico em relação à perda de peso, muito provavelmente, pela incorporação dos hábitos que propiciam a obesidade.

Embora a criança obesa tenha maior risco de obesidade na idade adulta, a maioria dos adultos obesa não foi crianças obesas. Dessa maneira, a prevenção da obesidade do adulto deve fundamentar-se na criação de programas que visem à consolidação de um estilo de vida saudável, por meio de hábitos alimentares adequados e atividade física regular para todas as crianças e não apenas para aquelas obesas.



MITOS E VERDADES SOBRE O EMAGRECIMENTO




Dra Fabiana Cristina S. Jarussi

(Nutricionista e Coordenadora do Centro de Educação Alimentar Sanavita – CEAS.)

A maioria das pessoas vive insatisfeita com o peso e deseja emagrecer, seja por questões estéticas ou para obter benefícios em prol da saúde.

Nesta busca pelo peso ideal muitas pessoas optam por alternativas e medidas radicais de emagrecimento, que até promovem a perda de peso, mas em detrimento da saúde.

Por isso, é preciso que fiquemos cada vez mais atentos às informações sobre emagrecimento, pois alguns mitos nem sempre são verdadeiros. Abaixo, encontram-se algumas respostas para dúvidas freqüentes para que possamos estar sempre informados e não colocar nossa saúde em risco.



FICAR SEM COMER E PASSAR FOME AJUDA A EMAGRECER?



Para emagrecer de nada adiante fazer uma dieta rigorosa e ficar sem comer, pois isso não facilitará uma ingestão compulsiva de determinados alimentos (geralmente altamente calóricos) na primeira oportunidade que surgir. Além disso, quando ficamos muito tempo em jejum, nosso organismo reage de maneira inversa, poupando calorias ao invés de queima-las. Este é um mecanismo de defesa lançado pelo nosso organismo como se esta situação representasse um perigo. Para emagrecer de forma definitiva e saudável, temos que aprender a comer de forma fracionada, moderada e equilibrada, sempre com auxílio de atividades físicas programadas.


FAZER EXERCÍCIOS COM AGASALHOS E PLÁSTICOS ENROLADOS NO CORPO AJUDA NO EMAGRECIMENTO?

Esta medida é bastante arriscada e pode trazer sérios danos para a saúde. Ela causa perda exagerada de água e pode provocar desidratação durante o exercício. É importante destacar que suar não indica emagrecimento, mas simplesmente perda de água pelo organismo.



TER UMA ALIMENTAÇÃO RICA EM FIBRAS AUXILIA NO EMAGRECIMENTO?



Muitas pesquisas mostram que uma alimentação rica em fibras pode prevenir ou auxiliar em tratamentos para perda de peso. Alimentos ricos em fibras estimulam a mastigação, que exerce um efeito direto sobre o hipotálamo produzindo sensação de saciedade. Além disso, as fibras retardam o esvaziamento gástrico, o que aumenta a sensação de saciedade e diminui a ingestão de outros alimentos. As fibras também auxiliam no funcionamento intestinal e podem interferir na absorção de nutrientes, especialmente gorduras e açúcares.



A CAUSA DE EXCESSO DE PESO É SEMPRE DESCONTROLE HORMONAL?



Muitas pessoas se apóiam na justificativa de que seu excesso de peso é decorrente de um problema hormonal. Entretanto, apenas 5% dos casos de obesidade são causados por distúrbios hormonais, enquanto que cerca de 70% são decorrentes de fatores ambientais, como inatividade física e maus hábitos alimentares.



ALGUMAS PESSOAS NASCERAM PARA SER GORDAS?



A herança genética influencia nas formas e características do nosso corpo. Mas isto não significa dizer que a pessoa que herda o gene da obesidade deva ser, necessariamente, gorda. Afinal, para aumentar de peso, temos que ingerir mais calorias do que queimamos. Para combater a tendência genética são necessários muita disciplina alimentar e atividades físicas freqüentes.



PRATICAR EXERCÍCIOS É IMPORTANTE PARA QUEM QUER EMAGRECER?



A prática de exercícios físicos é muito importante nos programas de emagrecimento, especialmente as atividades aeróbicas, como caminhada, natação e esteira. Mas a melhor forma de perder peso é associa-la a uma mudança de hábitos alimentares. Dessa forma, atua-se no balanço energético diminuindo a ingestão de calorias e aumentando o gasto calórico.



PRATICAR EXERCÍCIOS EM JEJUM EMAGRECE?



A queima de calorias depende dos estoques de carboidratos do organismo, que diminuem quando ficamos em jejum. Assim, exercícios em jejum causam diminuição da massa muscular e não da gordura.



FAZER ABDOMINAIS QUEIMA A GORDURA DA BARRIGA?



Não existe queima de gordura localizada. Para que a gordura seja metabolizada durante a prática de exercícios, é preciso dedicar-se aos exercícios aeróbicos – de baixa intensidade e longa duração (como caminhar, andar de bicicleta, etc). A abdominal não queima gordura da barriga, apenas enrijece a região.



A RESTRIÇÃO DE NUTRIENTES, COMO CARBOHIDRATOS OU PROTEÍNAS, AJUDA A EMAGRECER?



A grande maioria dos especialistas em Nutrição concorda que estabelecer um cardápio com valor calórico reduzido, mas equilibrado em todos os nutrientes, é o segredo para se obter um emagrecimento eficaz, ao invés de se concentrar exclusivamente na contagem de gordura, carboidrato ou proteína. Controlando todos os alimentos consumidos e queimando mais calorias através de exercícios, certamente irá fazer com que você emagreça e mantenha o peso posteriormente.



O USO DE CHÁS EMAGRECEDORES É UM ALIADO PARA PERDA DE PESO?





Por serem diuréticos, ou seja, por estimularem a produção de urina, alguns chás emagrecedores podem promover alguma perda de peso. No entanto, esse falso emagrecimento está relacionado à perda de líquidos do corpo e não de gordura localizada.

Atualmente, alguns chás, como chá verde, chá mate, entre outros, têm sido divulgados como grandes promessas para o emagrecimento. Entretanto, poucos estudos científicos foram desenvolvidos para se comprovar a eficácia destas bebidas sobre a perda de peso. Além disso, dependendo da quantidade consumida, vários efeitos colaterais podem surgir, como ansiedade, insônia e aumento da pressão arterial e batimentos cardíacos.

Não existe milagre! Para se emagrecer com saúde e de forma definitiva temos que aprender o que, quanto e como comer, processo que chamamos de reeducação alimentar, aliando-se práticas habituais de atividade física.



BIBLIOGRAFIA: 1) PEDIATRIA EM CONSULTORIO – QUARTA EDIÇÃO – SARVIER; 2) SUPLEMENTO DE PEDIATRIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA – NUTRIÇÃO. ; 3) SITE DA SANAVITA – www. sanavita.com.br

A título de exemplo, segue um esquema de dieta com 1200 calorias:

DESJEJUM

Leite semidesnatado - 1 xícara

Pão de fôrma - 1 fatia

Margarina light - 1 colher de chá

COLAÇÃO (Pequena refeição fora de hora)

Melão - 1 fatia média



ALMOÇO

Salada de acelga - à vontade

Vagem refogada - 1 pires de chá

Arroz - 3 colheres de sopa

Feijão - 2 colheres de sopa

Carne assada - 1 fatia média

Pêssego - 1 unidade média

Lanche

Iogurte desnatado - 1 unidade

Biscoito tipo Maisena - 2 unidades

Geléia diet - 1 colher de chá

JANTAR

Salada de tomate com pepino - à vontade

Couve-flor cozida - 1 pires de chá

Arroz - 3 colheres de sopa

Feijão - 2 colheres de sopa

Filé de frango grelhado - 1 unidade pequena

Mexerica - 1 unidade pequena



CEIA

Leite semidesnatado com café - 1 xícara



SUBSTITUIÇÕES:


GRUP O DE LEITES E DERIVADOS

Leite semidesnatado - 1 xícara

Queijo branco - 1 fatia (30 g)

Requeijão light - 2 colheres de sopa

Iogurte de frutas diet - 1 unidade

Iogurte desnatado - 1 unidade



GRUPO DE PÃES E CEREAIS

Pão de fôrma - 1 fatia

Baguette - 1 fatia grossa

Torrada - 2 fatias

Musli - ½ xícara

Pão de glúten - 1 fatia

Pão francês - ½ unidade



GRUPO DE FRUTAS

Melão - 1 fatia média

Mexerica - 1 unidade pequena

Abacaxi - 1 fatia média

Banana - 1 unidade pequena

Pêra - 1 unidade média

Morango - 10 unidades médias

GRUPO DE VERDURAS E LEGUMES CRUS

Alface

Tomate

Rúcula

Pepino

Escarola

Salsão

Grup o de verduras e legumes cozidos

Vagem

Couve-flor

Ab óbora

Cenoura

Beterraba

Chu chu



GRUPO DE CEREAIS E FARINÁCEOS

Arroz - 3 colheres de sopa

Milho verde - 6 colheres de sopa

Macarrão cozido - ¾ xícara

Pinhão - 10 unidades

Polenta cozida - 1 fatia média

Batata inglesa - 1 unidade média



GRUPO DE LEGUMINOSAS

Feijão - 2 colheres de sopa

Ervilha - 3 colheres de sopa

Lentilha - 2 colheres de sopa

Feijão preto - 2 colheres de sopa

Grão-de-bico - 2 colheres de sobremesa



GRUPO DAS CARNES

Carne assada - 1 fatia média; Carne moída – 2 colheres de sopa

Filé de frango grelhado - 1 unidade pequena

Filé de pescada - 1 unidade pequena; Presunto – 4 fatias finas